sexta-feira, 31 de outubro de 2008

"Hino ao crítico" por Vladimir Maiakóvski



de Vladimir Maiakóvski





"Da paixão de um cocheiro e de uma lavadeira
Tagarela, nasceu um rebento raquítico.
Filho não é bagulho, não se atira na lixeira.
A mãe chorou e o batizou: crítico.

O pai, recordando sua progenitura,
Vivia a contestar os maternais direitos.
Com tais boas maneiras e tal compostura
Defendia o menino do pendor à sarjeta.

Assim como o vigia cantava a cozinheira,
A mãe cantava, a lavar calça e calção.
Dela o garoto herdou o cheiro de sujeira
E a arte de penetrar fácil e sem sabão.

Quando cresceu, do tamanho de um bastão,
Sardas na cara como um prato de cogumelos,
Lançaram-no, com um leve golpe de joelho,
À rua, para tornar-se um cidadão.

Será preciso muito para ele sair da fralda?
Um pedaço de pano, calças e um embornal.
Com o nariz grácil como um vintém por lauda
Ele cheirou o céu afável do jornal.

E em certa propriedade um certo magnata
Ouviu uma batida suavíssima na aldrava,
E logo o crítico, da teta das palavras
Ordenhou as calças, o pão e uma gravata.

Já vestido e calçado, é fácil fazer pouco
Dos jogos rebuscados dos jovens que pesquisam,
E pensar: quanto a estes, ao menos, é preciso
Mordiscar-lhes de leve os tornozelos loucos.

Mas se se infiltra na rede jornalística
Algo sobre a grandeza de Puchkin ou Dante,
Parece que apodrece ante a nossa vista
Um enorme lacaio, balofo e bajulante.

Quando, por fim, no jubileu do centenário,
Acordares em meio ao fumo funerário,
Verás brilhar na cigarreira-souvenir o
Seu nome em caixa alta, mais alvo do que um lírio.

Escritores, há muitos. Juntem um milhar.
E ergamos em Nice um asilo para os críticos.
Vocês pensam que é mole viver a enxaguar
A nossa roupa branca nos artigos?"


Tem ainda uma frase legal dele que diz: "Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor."





Biografia (Fonte: Wikipedia)

Vladimir Mayakovsky

Vladimir Vladimirovich Mayakovsky (Влади́мир Влади́мирович Маяко́вский) (7 de julho (calendário juliano) / 19 de julho (calendário gregoriano) de 1893, em Bagdade – 14 de abril de 1930, em Georgia) foi um poeta russo.

Vladimir Mayakovsky nasceu e passou a infância na aldeia de Bagdadi, nos arredores de Kutaíssi, na Geórgia, Rússia.

Lá cursou o ginásio e, após a morte súbita do pai, a família ficou na miséria e transferiu-se para Moscou, onde Vladimir continuou seus estudos.

Fortemente impressionado pelo movimento revolucionário russo e impregnado desde cedo de obras socialistas, ingressou aos quinze anos na facção bolchevique do Partido Social-Democrático Operário Russo.

Detido em duas ocasiões, foi solto por falta de provas, mas em 1909-1910 passou onze meses na prisão. Entrou na Escola de Belas Artes, onde se encontrou com David Burliuk, que foi o grande incentivador de sua iniciação poética. Os dois amigos fizeram parte do grupo fundador do assim chamado cubo-futurismo russo, ao lado de Khlebnikov, Kamiênski e outros. Foram expulsos da Escola de Belas Artes. Procurando difundir suas concepções artísticas, realizaram viagens pela Rússia.

Após a Revolução de Outubro, todo o grupo manifestou sua adesão ao novo regime. Durante a Guerra Civil, Mayakovsky se dedicou a desenhos e legendas para cartazes de propaganda e, no início da consolidação do novo Estado, exaltou campanhas sanitárias, fez publicidade de produtos diversos, etc. Fundou em 1923 a revista LEF (de Liévi Front, Frente de Esquerda), que reuniu a “esquerda das artes”, isto é, os escritores e artistas que pretendiam aliar a forma revolucionária a um conteúdo de renovação social.

Fez inúmeras viagens pelo país, aparecendo diante de vastos auditórios para os quais lia os seus versos. Viajou também pela Europa Ocidental, México e Estados Unidos. Entrou freqüentemente em choque com os “burocratas’’ e com os que pretendiam reduzir a poesia a fórmulas simplistas.

Foi homem de grandes paixões, arrebatado e lírico, épico e satírico ao mesmo tempo.

Suicidou com um tiro em 1930.

Obra

Sua obra, profundamente revolucionária na forma e nas idéias que defendeu, apresenta-se coerente, original, veemente, una. A linguagem que emprega é a do dia a dia, sem nenhuma consideração pela divisão em temas e vocábulos “poéticos” e “não-poéticos”, a par de uma constante elaboração, que vai desde a invenção vocabular até o inusitado arrojo das rimas.

Ao mesmo tempo, o gosto pelo desmesurado, o hiperbólico, alia-se em sua poesia à dimensão crítico-satírica. Criou longos poemas e quadras e dísticos que se gravam na memória; ensaios sobre a arte poética e artigos curtos de jornal; peças de forte sentido social e rápidas cenas sobre assuntos do dia; roteiros de cinema arrojados e fantasiosos e breves filmes de propaganda.

Tem exercido influência profunda em todo o desenvolvimento da poesia russa moderna.


Fonte: Site Pensador

É Primavera galera



por Joel Rennó Jr.

Há quem diga que a primavera é a mais bela das estações. Dizem que é na primavera que os corações mais se apaixonam e que as pessoas são mais amáveis umas com as outras. Da primavera diz-se também que é o período em que as pessoas estão no melhor do seu humor. Se estas coisas são verdade ou não, ainda não temos como comprovar, pois não há dados científicos para isso.

Entretanto, uma coisa é certa: na primavera há um clima de boas expectativas. Isso ocorre por causa da bela aparência da vegetação, por causa das aves e de outros animais que se manifestam aos nossos olhos com mais constância e abundância. Se a primavera é ou não a estação mais importante, também não temos como saber, porém esta é a estação mais citada pelos poetas, romancistas, cantores e compositores.

A primavera faz brotar em nós um ar de começos e recomeços. Parece que, dentro de nós, a gente começa a dizer: "a partir de agora tudo vai ser diferente"; "tudo vai dar certo"; "tudo vai mudar pra melhor". É isso mesmo, parece que na primavera há mais espaço para os sonhos e alegrias que estavam acorrentados em nossos corações e em nossas mentes. Parece que há algo no ar que nos faz mais otimistas. E realmente há algo no ar. Não só no ar, mas também no mar pois ele fica bem mais bonito. Não só no ar e no mar, mas também na terra, pois ela fica mais verde, mais florida.

A primavera é sem dúvida nenhuma a fase boa da natureza. É nesta estação que a natureza está equipada de toda a sua beleza. Então, quando contemplamos tantas maravilhas, logo enchemos o coração de júbilo e a boca de risos. Assim podemos pensar que nossa mente se prepara para a transformação

Um bom set de Psy ai galera....


Psychedelic III - M.Silva
Estilo: Psychedelic
Duração: 1:15

Clique aqui para baixar no 4shared (70 MB)

Playlist:
01 - Psysex - Alien Cop (Eskimo Remix).mp3
02 - Alien Project - Aztechno Dream.mp3
03 - Puzzle - Peace Of Mind.mp3
04 - Psysex - Dirty 80s (Wrecked Machines Remix).mp3
05 - Lost And Found Vs Rabdom L - Ultimatum.mp3
06 - Waio - Stranger Machine.mp3
07 - Liquid Soul - In My Mind.mp3
08 - Ultravoice - Dr Trance (Solar System Remix).mp3
09 - Waio - Blue Propulsion.mp3
10 - Alien Project & Orion - The Alien Meeting.mp3
11 - Astrix - Astrix_Coolio Infected Mushroom Remix.mp3
12 - Oforia - Spiders (Atomic Pulse Rmx).mp3
13 - Lish - Life Stream.mp3
14 - Freq - Strange Attractor (Liquid Soul Remix).mp3
15 - Ultravoice - Log On (Freakulizer Remix).mp3
16 - SX - Cost Me.mp3
17 - Skazi - Hit ‘n’ Run.mp3


Ai boto fé que quem selecionou o set foi esse tal de M.Silva mas vou te falar pela seleção dos Djs já vi que e coisa boa vale ha pena baixar para ver abraços


Câmara dos Deputados já demitiu 102 parentes


Chinaglia colocou os técnicos do Legislativo à disposição do Ministério Público para auxiliar em um novo levantamento para verificar se ainda há casos de nepotismoFoto: Agência Câmara

Agência Câmara

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), informou nesta quinta-feira que 102 parentes já foram demitidos por conta da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu o nepotismo nos três poderes.
Os parentes foram identificados por meio de cruzamentos realizados pelo Centro de Informática da Câmara. Chinaglia colocou os técnicos do Legislativo à disposição do Ministério Público para auxiliar em um novo levantamento para verificar se ainda há casos de nepotismo. O presidente considera, no entanto, que o trabalho realizado foi eficiente e deve ter identificado todos os parentes.
Na semana passada, o Ministério Público Federal no Distrito Federal encaminhou ofício aos presidentes da Câmara e do Senado informando que vai fiscalizar o cumprimento da súmula do STF. O órgão abriu um inquérito civil público para acompanhar as ações contra o nepotismo.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Recuperando partições perdidas ou deletadas

Partition Find and Mount é uma ferramenta para recuperar partições que foram perdidas ou deletadas. Todas as unidades de disco são analisadas para detectar partições que podem ser recuperadas, inclusive nos casos de registros de inicialização danificados, como o MBR. Funciona com todas as versões de partição NTFS e FAT. Partition Find and Mount é gratuito para uso pessoal. A versão Pro, que é paga, possui uma taxa de transferência bem maior.

Licença: Freeware
SO: Windows 2000/XP/2003/Vista
Download: Partition Find and Mount 2.31 [1,62 MB]
Site: Find and Mount

Uma Verdade Inconveniente (An Inconvenient Truth) 2006

Uma Verdade Inconveniente (An Inconvenient Truth) 2006


Download Torrent e Legenda

Obs CinemaDown: Esse documentário é perturbador

Al Gore é mais conhecido pelo fato de ter sido derrotado por George W. Bush, atual presidente dos Estados Unidos da América, na campanha eleitoral pela presidência do país em 2000. No entanto, os trabalhos de Gore não se resumem apenas a isso. Em "Uma Verdade Inconveniente", são mostrados os esforços do político, objetivando alertar a população mundial à respeito do super-aquecimento global. Para quem não sabe, possuímos somente uma década para evitar uma catástrofe que poderá acarretar uma alteração em todo o sistema climático da Terra. Este problema pode trazer uma destruição profunda, a qual envolverá secas, inundações, epidemias e até mesmo ondas de calor fatais. Graças a este filme, vemos o compromisso e o esforço de um homem (no caso, Al Gore) em explanar todos os mitos e erros oriundos do assunto aquecimento global, além de, também, trazer informações de como preveni-lo. Ao contrário do que possa parecer, Gore ainda consegue trazer uma apresentação divertida, objetiva e acessível ao falar da verdade surpreendente a qual ele chama de "emergência planetária". Há uma ligação de futuras previsões e curiosidades sobre o preocupante fato com a história pessoal do ex-vice-presidente dos Estados Unidos. No começo, vemos um universitário idealista que notou uma crise ambiental em curso, após, é mostrado um jovem senador enfrentando uma crise familiar, quando, finalmente, chega-se ao homem que praticamente tornou-se presidente da maior potência mundial atual e que se dedicou com todas as forças à causa apaixonada que podemos ver no filme. Neste longa, notamos que Gore não perde nunca a esperança de que ainda existe tempo para mudarmos as coisas.

Gênero: Documentário
Duração: 100 min
Origem: EUA
Estréia: 24 de Maio de 2006
Estúdio: Paramount Classics
Produção: Lawrence Bender
Site Oficial: http://www.climatecrisis.net
Link IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0497116

trailer



Quantidade de Mídias: 1
Tamanho: 716 Mb
Idioma do Audio: Inglês
Qualidade do Vídeo: DVDRip
Vídeo Codec: XviD
Vídeo Bitrate: 853 kb/s
Audio Codec: MP3
Audio Bitrate: 145 kb/s
Resolução: 624 x 352 pixels
Formato de Tela: Widescreen (16x9)
Frame Rate: 23.976 fps


Download Torrent e Legenda

crédito: XandeAlves2000
posted by Videoteca Pessoal at 12:32 PM

Só peguei do Site e repassei para o nosso, Estou testando parece q tá bom o video só falta acbar o Download do Torrent

sábado, 25 de outubro de 2008

Os perigos ocultos da culinária de microondas



Extraído de NEXUS Magazine, Volume 2, nº 25 (abril-maio de 1995).
http://www.nexusmagazine.com
Tradução de Beatriz Medina

Em maio de 1989, Tom Valentine, depois de mudar-se para St Paul, no estado de Minnesota, ouviu no rádio do carro uma notícia curta: "Embora os fornos de microondas aqueçam rapidamente a comida, não são recomendados para esquentar mamadeiras de bebês. Embora a mamadeira pareça fria ao toque, o líquido em seu interior pode ficar extremamente quente e queimar a boca e a garganta do bebê. Além disso, a formação de vapor num recipiente fechado como a mamadeira pode fazê-la explodir."

A notícia continuava: "O aquecimento da mamadeira em microondas pode provocar leves alterações no leite. Em fórmulas para bebês, pode haver perda de algumas vitaminas. Em leite materno extraído mecanicamente, algumas propriedades protetoras podem ser destruídas." O alerta concluía: "Aquecer a mamadeira mantendo-a sob a torneira ou deixando-a numa panela com água quente pode levar mais alguns minutos, mas é muito mais seguro."

No início de 1991, vazaram informações a respeito de um processo judicial em Oklahoma. Uma mulher chamada Norma Levitt fizera uma cirurgia na bacia e morreu por causa de uma simples transfusão de sangue, porque a enfermeira "aqueceu o sangue da transfusão num forno de microondas".

É rotina aquecer o sangue das transfusões - mas não em fornos de microondas! No caso da senhora Levitt, o microondas alterou o sangue, e matou-a.

Será que não dá para concluir que esta forma de aquecimento na verdade causa "algo diferente" nas substâncias aquecidas? Não seria prudente determinar o que este "algo diferente" pode causar?

HANS HERTEL

Na pequena cidade de Wattenwil, perto de Basel, na Suíça, mora um cientista que anda assustado com a falta de pureza e naturalidade nos muitos objetivos da humanidade moderna. Ele trabalhou como pesquisador de alimentos durante vários anos, numa das grandes empresas do setor alimentício da Suíça que fazem negócios em escala global. Há alguns anos, foi demitido por questionar procedimentos de processamento que desnaturavam os alimentos.

Hans Hertel foi o primeiro cientista a conceber e realizar um estudo de alto nível sobre os efeitos dos nutrientes tratados com microondas sobre o sangue e a fisiologia dos seres humanos. Este estudo, pequeno mas bem controlado, denunciou com firmeza a força degenerativa dos fornos de microondas e da comida neles preparada. A conclusão foi clara: cozinhar no microondas altera os nutrientes de forma a provocar mudança no sangue dos participantes; estas não foram mudanças saudáveis, mas alterações que poderiam causar a
deterioração dos sistemas do corpo humano.

- Para controlar o máximo possível de variáveis, selecionamos oito indivíduos, praticantes estritos da dieta macrobiótica e membros do Instituto Macrobiótico de Kentel, Suíça - explicou Hertel. - Ficamos todos hospedados no mesmo hotel nas montanhas durante oito semanas. Não houve fumo, álcool nem sexo.

Logo se vê que estas exigências fazem sentido. Afinal de contas, como seria possível perceber mudanças sutis no sangue humano causadas por comida feita em microondas se estivessem presentes cigarros, bebidas, comida industrializada, poluição, pesticidas, hormônios, antibióticos e tudo o mais que existe no ambiente comum?

Em intervalos de dois a cinco dias, os voluntários do estudo receberam, de estômago vazio, uma das seguintes variantes de alimentos: leite cru de uma fazenda biológica (nº. 1); o mesmo leite fervido da maneira convencional (nº. 2); leite pasteurizado da empresa Intermilk Berne (nº. 3); o mesmo leite cru cozido em forno de microondas (nº. 4); vegetais crus de uma
fazenda orgânica (nº. 5); os mesmos vegetais cozidos da forma convencional (nº. 6); os mesmos vegetais congelados e descongelados no forno de microondas (nº. 7); e os mesmos vegetais cozidos no forno de microondas (nº. 8).

Depois que os voluntários se isolaram no hotel, começou o teste. Foram tiradas amostras de sangue de todos os voluntários imediatamente antes da refeição. Depois outras amostras foram colhidas em intervalos definidos depois de ingeridas as preparações de leite ou vegetais citadas acima.

Foram descobertas mudanças significativas no sangue dos voluntários que consumiram alimentos cozidos no forno de microondas. Estas alterações incluíram uma redução de todos os valores de hemoglobina e colesterol, em especial dos valores do HDL (colesterol bom) e do LDL (colesterol nocivo) e da proporção entre eles. Os linfócitos (glóbulos brancos do sangue) apresentaram um decréscimo de curto prazo mais notável após a ingestão de
alimentos cozidos no microondas do que depois da ingestão de todas as outras variantes. Cada um destes indicadores mostravam uma direção contrária à saúde robusta e favorável à degeneração. Além disso, surgiu uma associação muito significativa entre a quantidade de energia de microondas usada nos alimentos-teste e o poder luminoso de bactérias luminescentes expostas ao soro sangüíneo das pessoas testadas que comeram aqueles alimentos. Isto levou Hertel a concluir que a energia gerada tecnologicamente pode, na
verdade, ser passada por indução para o homem através do consumo de comida feita em
microondas.

- As microondas produzidas tecnicamente baseiam-se no princípio da corrente alternada. Átomos, moléculas e células atingidas por esta forte radiação eletromagnética são forçados a reverter sua polaridade de 1 a 100 bilhões de vezes por segundo. Não há átomo, molécula ou célula de nenhum sistema orgânico capaz de resistir a uma força tão violenta e destrutiva durante nenhum período de tempo, nem mesmo na faixa de baixa energia dos miliwatts.

- De todas as substâncias naturais polares, o oxigênio das moléculas da água é o que reage com mais sensibilidade. É assim que se gera calor no forno de microondas: pela fricção desta violência nas moléculas de água. A estrutura das moléculas é despedaçada, as moléculas são deformadas violentamente (o que se chama isomerismo estrutural) e assim perdem qualidade.

O AQUECIMENTO DA COMIDA

- Tudo isto é o contrário do aquecimento convencional do alimento, no qual o calor se transfere por convecção de fora para dentro. O cozimento com microondas começa dentro das células e moléculas onde há água presente e onde a energia é transformada em calor de fricção.

Hertel acrescentou que, além dos efeitos do violento calor de fricção (chamados efeitos térmicos), há também efeitos atérmicos que quase nunca foram levados em conta.

- Estes efeitos atérmicos não são mensuráveis atualmente, mas podem também deformar a estrutura das moléculas e têm conseqüências qualitativas. Por exemplo, o enfraquecimento das membranas celulares pelas microondas é utilizado no campo da tecnologia de alteração genética. Por causa da força envolvida, na realidade as células são quebradas, neutralizando assim os potenciais elétricos - a própria vida das células - entre os lados de dentro
e de fora das membranas celulares. As células atingidas tornam-se presa fácil de vírus, fungos e outros microorganismos. Os mecanismos naturais de reparação são suprimidos e as células forçadas a se adaptarem a um estado energético de emergência: passam da respiração aeróbia para a anaeróbia. Em vez de água e dióxido de carbono, produzem-se peróxido de hidrogênio e monóxido de carbono.

A mesma fricção violenta e as deformações atérmicas que podem ocorrer em nossos corpos quando somos sujeitos ao radar ou às microondas acontecem com as moléculas da comida feita num forno de microondas. Na verdade, quando alguém faz comida num destes aparelhos, o forno emite uma energia de cerca de 1.000 watts ou mais. Esta radiação provoca destruição e deformação das moléculas do alimento e a formação de novos compostos (chamados compostos radiolíticos) desconhecidos no organismo humano e na natureza.

A ciência e a tecnologia dos dias de hoje garantem insistentemente que os alimentos tratados com microondas ou irradiados não apresentam quantidade significativamente maior de "compostos radiolíticos" do que aqueles cozidos, assados ou preparados pelo sistema convencional - mas as microondas produzem mais destas substâncias. É curioso que nenhuma instituição científica importante nem nosso governo superprotetor tenha realizado testes de sangue sobre os efeitos da ingestão de vários tipos de alimentos cozidos. Hertel e
seu grupo fizeram estes testes, e é clara a indicação de que alguma coisa está errada e que deveriam ser feitos estudos mais amplos. Os efeitos aparentemente tóxicos do cozimento com microondas são apenas mais um item numa longa lista de aditivos antinaturais de nossa dieta diária. No entanto, as instituições oficiais recusam-se a dedicar-se a este trabalho.

- Estes resultados demonstram tendências anêmicas. A situação ficou ainda mais pronunciada durante o segundo mês do estudo - acrescentou Hertel. - E com estes valores em declínio, houve um aumento correspondente dos valores do colesterol.

Hertel admite que fatores de estresse da coleta de amostras de sangue com tanta freqüência todos os dias, por exemplo, não podem ser ignorados, mas a linha básica estabelecida para cada indivíduo tornou-se o marcador do "valor zero" e só as alterações relativas a estes valores-zero foram determinadas estatisticamente.

Depois de completado o primeiro ciclo de substâncias de teste, a diferença entre os efeitos dos alimentos preparados de forma convencional e da comida feita com microondas foi marginal - embora notada como "tendência" definida. Com a continuação do teste, a diferença dos marcadores sangüíneos tornou-se "estatisticamente significativa". As mudanças são consideradas, em geral, como sinais de estresse no corpo. Por exemplo, os eritrócitos tendem a aumentar depois de ingerir legumes cozidos no forno de microondas. A hemoglobina e os valores médios de concentração e conteúdo de hemoglobina também tenderam a cair significativamente depois da ingestão de substâncias tratadas com microondas.

LEUCOCITOSE

- A leucocitose - explicou Hertel -, que não pode responder a desvios diários como os que se seguem à ingestão de alimento, é levada a sério pelos hematologistas. A resposta dos leucócitos é especialmente sensível ao estresse. Com freqüência, é sinal de efeitos patogênicos no sistema vivo, tais como o envenenamento e o dano celular. O aumento dos leucócitos com a ingestão de alimentos tratados com microondas foi mais pronunciado do que com todas as outras variantes. Parece que estes aumentos marcantes foram causados inteiramente pela ingestão de substâncias tratadas com microondas.

Os níveis de colesterol foram muito interessantes, como ressaltou Hertel:

- A crença científica comum afirma que os valores de colesterol costumam alterar-se lentamente em períodos extensos de tempo. Neste estudo, os valores aumentaram rapidamente depois do consumo dos legumes cozidos com microondas. No entanto, com o leite os valores de colesterol permaneceram os mesmos e chegaram a reduzir-se significativamente com o leite cru.

Hertel acredita que seu estudo tende a conformar dados científicos recentes que sugerem que o colesterol pode aumentar rapidamente no sangue em resposta a um estresse agudo.

- Além disso - acrescenta - o nível de colesterol no sangue é menos influenciado pelo conteúdo de colesterol do alimento do que por fatores de estresse. Tais fatores causadores de estresse podem, aparentemente, ser alimentos que não contêm praticamente nenhum colesterol: os legumes cozidos com microondas.

É fácil de ver que este estudo financiado e realizado individualmente tem substância suficiente para provocar a atenção de qualquer pessoa com um mínimo de bom senso. Alimentos preparados em fornos de microondas causaram mudanças anormais, representativas de estresse, no sangue de todos os indivíduos testados. A individualidade biológica, variável-chave que ridiculariza muitos estudos supostamente científicos, foi muito bem
compensada pelas normas estabelecidas.

MORDAÇA JUDICIAL

Assim que Hertel e Blanc anunciaram seus resultados, o tacape da autoridade caiu sobre eles. Uma poderosa organização comercial, a Associação Suíça de Vendedores e Fabricantes de Eletrodomésticos, conhecida como FEA, reagiu rapidamente. Forçaram o presidente do tribunal de Seftigen, Cantão de Berna, a emitir uma "ordem de mordaça" contra Hertel e Blanc. O ataque foi tão feroz que Blanc rapidamente retirou seu apoio - mas era tarde demais. Ele já registrara por escrito sua opinião sobre a validade dos estudos, e
concordara com a opinião de que alimentos preparados com microondas causavam
anormalidades sangüíneas.

Hertel manteve sua posição, e hoje exige com vigor seu direito a um julgamento. Audições preliminares sobre o assunto foram requisitadas a tribunais superiores, e é bastante óbvio que as forças existentes não querem um julgamento-show sobre este tema.

- Não conseguiram me intimidar e me forçar ao silêncio, e não aceitarei suas condições - declarou Hertel. - Compareci a grandes seminários na Alemanha, e os resultados do estudo foram bem recebidos. Também acho que as autoridades sabem que cientistas da Ciba-Geigy [a maior empresa farmacêutica do mundo, com sede na Suíça] declararam que me apoiariam no tribunal.

Enquanto aqueles poderosos interesses na Suíça que desejam vender milhões de fornos de microondas continuam a evitar o debate aberto deste tema vital para a civilização moderna, novos acontecimentos sobre as microondas surgiram nos Estados Unidos.

PERIGO PARA BEBÊS

Na revista Pediatrics (vol. 89, nº 4, abril de 1992) foi publicado um artigo intitulado "Efeitos da radiação de microondas em fatores anti-infecciosos do leite humano". Richard Quan, médico de Dallas, Texas, era o primeiro nome da equipe que realizou o estudo. John A. Kerner, médico da Universidade de Stanford, também fazia parte da equipe, e foi citado num artigo resumido sobre a pesquisa publicado no número de 25 de abril da revista Science News.
Para dar todo o gostinho do que pode ainda surgir a respeito das microondas, eis aqui o resumo:

"Mulheres que trabalham fora podem extrair e armazenar leite do peito para alimentar o bebê em sua ausência. Mas pais e responsáveis devem ter cuidado quanto à forma de aquecer este leite. Um novo estudo demonstra que o aquecimento de leite humano com microondas - mesmo em ajuste bem baixo - pode destruir algumas de suas importantes qualidades de combate a doenças.

"O leite do peito pode ser refrigerado com segurança por alguns dias, ou congelado durante um mês; no entanto, estudos mostraram que o aquecimento do leite a temperaturas acima da temperatura média do corpo - 37°C - pode destruir não só seus anticorpos contra agentes infecciosos com também suas lisozimas, ou enzimas que digerem bactérias. Assim, quando o pediatra John A. Kerner Jr. observou enfermeiras neonatais amornando ou aquecendo leite
materno no forno de microondas em sua sala, ficou preocupado.

"No número de abril de 1992 de Pediatrics (parte I), ele e seus colaboradores da Universidade de Stanford relataram a descoberta de que leite materno não aquecido e submetido a microondas perdeu a atividade da lisozima e anticorpos e promoveu o crescimento de bactérias potencialmente mais patogênicas. O leite aquecido num ajuste alto (72°C a 98°C) perdeu 96% de seus anticorpos imunuglobulina-A, agentes que detêm micróbios invasores.

"Kerner diz que o que realmente o surpreendeu foi descobrir alguma perda de propriedades anti-infecciosas no leite submetido às microondas num ajuste baixo - numa média de apenas 33,5°C. Alterações adversas em temperaturas tão baixas sugerem que o próprio forno de microondas pode na verdade causar algum dano ao leite, além e apesar do aquecimento.

"Mas Randall M. Goldblum, do Instituto de Medicina da Universidade do Texas em Galveston, discorda e diz: "Não vejo nenhuma prova inconteste de que as microondas tenham causado algum dano. Foi o aquecimento." A degradação de lisozimas e anticorpos nas amostras mais frias pode simplesmente refletir o desenvolvimento de pequenos pontos mais quentes - potencialmente 60°C ou mais - durante o aquecimento com microondas, como observou Madeleine Sigman-Grant, da Universidade do Estado da Pennsylvania em University Park. E isso é de se esperar, segundo ela, porque o aquecimento por microondas é inerentemente irregular e bastante imprevisível quando envolve volumes menores que quatro mililitros, como foi o caso no estudo de Kerner.

"Goldblum considera o uso de microondas para aquecer o leite uma idéia especialmente má, já que provavelmente levará parte do leite à fervura antes que o todo esteja sequer liqüefeito. O Centro Médico da Universidade de Stanford não aquece mais o leite materno no microondas, como observa Kerner. E Sigman-Grant acredita que esta é uma providência apropriada, por causa das pequenas quantidades de leite servidas pelos hospitais aos recém nascidos, especialmente aos prematuros."

O pesquisador Quan, em entrevista por telefone, disse acreditar que os resultados das pesquisas até agora exigem estudo mais detalhado dos efeitos do forno de microondas sobre os nutrientes. A frase abaixo, do resumo da publicação de uma pesquisa, é muito clara:

"Cozinhar com microondas parece ser contra-indicado em caso de altas temperaturas, e existem dúvidas quanto a sua segurança mesmo em temperaturas baixas."

A afirmação final da conclusão do estudo é a seguinte:

"Este estudo preliminar sugere que o aquecimento do leite humano com microondas pode ser prejudicial. São necessários mais estudos para determinar se e como se podem usar as microondas com segurança."

Infelizmente, por enquanto não há mais estudos previstos.

Se você quisesse colocar um suplemento alimentar de ervas no mercado americano, alegando benefícios à saúde, teria de apresentar documentação detalhada e fazer pesquisas caras. Mas indústria de fornos de microondas só teve de provar que as perigosas microondas podiam realmente ficar contidas dentro do forno sem escapar para a área em volta, onde a radiação poderia fazer mal às pessoas. A indústria admite que algumas microondas escapam
mesmo dos melhores fornos. Até agora, a indústria não deu a menor atenção à
possibilidade de que os nutrientes possam ser alterados a ponto de se tornarem prejudiciais à saúde.

Isso faz sentido numa terra que encoraja os fazendeiros a envenenarem as colheitas e o solo com quantidades maciças de substâncias químicas sintéticas e incentiva os fabricantes de alimentos a utilizar aditivos que aumentam a vida de prateleira de seus produtos, sem se importar com o potencial de degradação da saúde do consumidor.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Nuggets de Frango Caseiro Mais saudavel e limpo

Nuggets de Frango

Arquivar em: Carnes, Frango — giovana @ 9:32 pm

Adorei esta receita! Mesmo porque, consegui substituir os nuggets industrializados. Não tem jeito… crianças pedem as porcarias que vêem e ás vezes, temos que ceder. Mas, agora consegui uma textura igual e um sabor muito gostoso! Creio que dê pra acrescentar vegetais ou mais temperos, mas como foi a primeira vez que fiz a receita, não quis arriscar…

A receita foi extraída da Revista Receita Minuto.

Ingredientes:

600g de peito de frango sem osso

4 fatias de pão de forma (eu tirei a casca)

¼ xícara (chá) de leite

1 cebola média picada

4 colheres (sopa) farinha de trigo

Sal a gosto

Para empanar usei claras de 2 ovos e farinha de rosca.

Bata todos os ingredientes no processador até obter uma massa homogênea.

Deixe na geladeira por 1 hora.

Unte as mãos com óleo, pegue uma porção de massa, faça uma bolinha e achate um pouco (ou abra a massa em superfície enfarinhada e, com o auxílio de cortadores, corte no formato desejado).

Empane passando na clara e depois na farinha de rosca.

Frite em óleo quente e sirva acompanhados do molho de sua preferência.

*Para acompanhar fiz um molhinho de alho:

Bati no liquidificador 1 caixinha de creme de leite; 1 dente de alho (grande); 1 colher (chá) de sal; uma pitada de pimenta do reino; 1 colher (sobremesa) de salsinha (não usei porque não tinha) e 250g de maionese.

Conserve na geladeira.

* o outro molho é catchup.

Parando de fumar com Nicorette



Estou testando o medicamendo Nicorette em mim mesmo quero dizer q consegui reduzir em media de 20 cigarros diarios para 4 nós 4 primeiros dias tenho menos de uma semana de uso do medicamento , posso afirmar q as gomas de mascar fazem bem de verdade . rs , mas tenho bem minhas duvidas se isso vai dar certo pois tenho menos de uma semana de uso do medicamento e vai depender muito do meu querer já q quase toda minha Familía fuma cigarros,
Depoimento real , espero com muita convicção em mim e em Deus parar de fumar tenho menos de uma semana q estou nessa pelejá affis e foda , Já fui Alcoolotra, Maconheiro , Cheirador de Cocaina, Tomei bastante LSD e outras coisitas a mais como diz o velho Planet Hamp , Venho pedir encaricidamente a todos os Jovens do Mundo por favor nunca botem um cigarro na boca pois esse é o vicío mais maldito q eu conheci em vida...
Pois e Galerinha estamos ai eu Buscando me livrar dessa praga que o cigarro pois descobrir na minha vida q liberdade e vc ficar longe de todos os Vicíos um abraço para todos os leitores do blogger

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

"O Vazio da Existência" - Arthur Schopenhauer

Autor: Arthur Schopenhauer
Tradução: André Díspore Cancian
Fonte: The Emptiness of Existence






Esse vazio encontra sua expressão em toda forma de existência, na infinitude do Tempo e Espaço em oposição à finitude do indivíduo em ambos; no fugaz presente como a única forma de existência real; na dependência e relatividade de todas coisas; em constantemente se Tornar sem Ser; em continuamente desejar sem ser satisfeito; na longa batalha que constitui a história da vida, onde todo esforço é contrariado por dificuldades, até que a vitória seja conquistada. O Tempo e a transitoriedade de todas as coisas são apenas a forma sob a qual o desejo de viver – que, como coisa-em-si, é imperecível – revelou ao Tempo a futilidade de seus esforços; é o agente pelo qual, a todo o momento, todas as coisas em nossas mãos tornam-se nada e, portanto, perdem todo seu verdadeiro valor.

O que foi não mais existe; existe exatamente tão pouco quanto aquilo que nunca foi. Mas tudo que existe, no próximo momento, já foi. Conseqüentemente, algo pertencente ao presente, independentemente de quão fútil possa ser, é superior a algo importante pertencente ao passado; isso porque o primeiro é uma realidade, e está para o último como algo está para nada.

Um homem, para seu assombro, repentinamente torna-se consciente de sua existência após um estado de não-existência de muitos milhares de anos; vive por um breve período e então, novamente, retorna a um estado de não-existência por um tempo igualmente longo. Isso não pode ser verdade, diz ao seu coração; e mesmo as mentes rudes, após ponderarem sobre o assunto, devem sentir algum tipo de pressentimento de que o Tempo é algo ideal em sua natureza. Essa idealidade do tempo, juntamente com a do espaço, é a chave para qualquer sistema metafísico verdadeiro, pois proporciona uma ordem de coisas distinta da que pode ser encontrada no domínio da natureza. Por essa razão Kant é tão grandioso.

De cada evento em nossa vida, é apenas por um momento que podemos dizer que este é; após isso devemos dizer para sempre que este foi. Cada noite nos empobrece, dia a dia. Provavelmente nos deixaria irritados ver este curto espaço de tempo esvaecendo, se não fôssemos secretamente conscientes, nas maiores profundezas de nosso ser, de que compartilhamos do inexaurível manancial da eternidade, e de que nele podemos sempre ter a vida renovada.

Reflexões com a natureza das acima podem, de fato, nos levar a estabelecer a crença de que gozar o presente e fazer disso o propósito da vida é a maior sabedoria; visto que somente o presente é real, todo o mais é representação do pensamento. Mas tal propósito poderia também ser denominado a maior tolice, pois aquilo que, no próximo instante, não mais existe e desaparece completamente como um sonho, jamais poderá merecer um esforço sério.

Toda a nossa existência é fundamentada tão-somente no presente – no fugaz presente. Deste modo, tem de tomar a forma de um constante movimento, sem que jamais haja qualquer possibilidade de se encontrar o descanso pelo qual estamos sempre lutando. É o mesmo que um homem correndo ladeira abaixo: cairia se tentasse parar, e apenas continuando a correr consegue manter-se sobre suas pernas; como um pólo equilibrado na ponta do dedo, ou como um planeta, o qual cairia no sol se cessasse com seu percurso. Nossa existência é marcada pelo desassossego.

Num mundo como este, onde nada é estável e nada perdura, mas é arremessado em um incansável turbilhão de mudanças, onde tudo se apressa, voa, e mantém-se em equilíbrio avançando e movendo-se continuamente, como um acrobata em uma corda – em tal mundo, a felicidade é inconcebível. Como poderia haver onde, como Platão diz, tornar-se continuamente e nunca ser é a única forma de existência? Primeiramente, nenhum homem é feliz; luta sua vida toda em busca de uma felicidade imaginária, a qual raramente alcança, e, quando alcança, é apenas para sua desilusão; e, via de regra, no fim, é um náufrago, chegando ao porto com mastros e velas faltando. Então dá no mesmo se foi feliz ou infeliz, pois sua vida nunca foi mais que um presente sempre passageiro, que agora já acabou.

Ao mesmo tempo, é algo surpreendente que, tanto no mundo de seres humanos quanto no dos animais em geral, essa variada e incansável moção é produzida e mantida por meio de dois simples impulsos – fome e o instinto sexual, ajudados talvez por um pouco de tédio, mas nada mais –, e estes, no teatro da vida, têm o poder de constituir o primum mobile de uma maquinaria tão complexa, colocando em movimento cenas tão estranhas e variadas!

Analisando os pormenores, constatamos que a matéria inorgânica apresenta um constante conflito entre forças químicas, as quais por vezes promovem a dissolução; por outro lado, a existência orgânica somente é possível através de uma contínua substituição de matéria, e não pode subsistir se não dispuser de uma eterna ajuda exterior. Portanto a vida orgânica é como o balançar de um pólo na mão; deve ser mantida em constante movimento e ter constante suprimento de matéria – da qual necessita continuamente e eternamente. Apesar disso, é apenas através da vida orgânica que a consciência é possível.

Este é o reino da existência finita, e seu oposto seria uma existência infinita, a qual não está exposta a ataques externos nem precisa de ajuda exterior; [grego: aei hosautos on] o reino da paz eterna; [grego: oute gignomenon, oute apollymenon], sem mudanças, sem tempo, sem diversidade; o conhecimento negativo do que constitui a nota fundamental da filosofia platônica. A renúncia da vontade de viver revela o caminho a um tipo de estado como esse.

As cenas de nossa vida são como imagens em um mosaico tosco; vistas de perto, não produzem efeitos – devem ser vistas à distância para ser possível discernir sua beleza. Assim, conquistar algo que desejamos significa descobrir quão vazio e inútil este algo é; estamos sempre vivendo na expectativa de coisas melhores, enquanto, ao mesmo tempo, comumente nos arrependemos e desejamos aquilo que pertence ao passado. Aceitamos o presente como algo que é apenas temporário e o consideramos como um meio para atingir nosso objetivo. Deste modo, se olharem para trás no fim de suas vidas, a maior parte das pessoas perceberá que viveram-nas ad interim [provisoriamente]: ficarão surpresas ao descobrir que aquilo que deixaram passar despercebido e sem proveito era precisamente sua vida – isto é, a vida na expectativa da qual passaram todo o seu tempo. Então se pode dizer que o homem, via de regra, é enganado pela esperança até dançar nos braços da morte!

Novamente, há a insaciabilidade de cada vontade individual; toda vez que é satisfeita um novo desejo é engendrado, e não há fim para seus desejos eternamente insaciáveis.

Isso acontece porque a Vontade, tomada em si mesma, é a soberana de todos os mundos: como tudo lhe pertence, não se satisfaz com uma parcela de qualquer coisa, mas apenas como o todo, o qual, entretanto, é infinito. Devemos elevar nossa compaixão quando consideramos quão minúscula a Vontade – essa soberana do mundo – torna-se quando toma a forma de um indivíduo; normalmente apenas o que basta para manter o corpo. Por isso o homem é tão miserável.

Na presente época, que é intelectualmente impotente e notável por sua veneração daquilo que é ruim em todas formas – um estado de coisas que é bastante condizente com a palavra cunhada “Jetztzeit” (tempo presente), tão pretensiosa quanto é cacofônica – os panteístas atrevem-se a dizer que a vida é, como dizem, “um fim-em-si”. Se nossa existência neste mundo fosse um fim-em-si, seria a mais absurda finalidade jamais determinada; mesmo nós próprios ou qualquer outro poderia tê-la imaginado.

A vida apresenta-se principalmente como uma tarefa, isto é, de subsistir de gagner sa vie [para ganhar a vida]. Se for cumprida, a vida torna-se um fardo, e então vem a segunda tarefa de fazer algo com aquilo que foi conquistado – a fim de espantar o tédio, que, como uma ave de rapina, paira sobre nós, pronto para atacar sempre que vê a vida livre da necessidade.

A primeira tarefa é conquistar algo; a segunda é banir o sentimento de que algo foi conquistado, do contrário torna-se um fardo.

Está suficientemente claro que a vida humana deve ser algum tipo de erro, com base no fato de que o homem é uma combinação de necessidades difíceis de satisfazer; ademais, se for satisfeito, tudo que obtém um estado de ausência de dor, no qual nada resta senão seu abandono ao tédio. Essa é uma prova precisa de que a existência em si mesma não tem valor, visto que o tédio é meramente o sentimento do vazio da existência. Se, por exemplo, a vida – o desejo pelo qual se constitui nosso ser – possuísse qualquer valor real e positivo, o tédio não existiria: a própria existência em si nos satisfaria, e não desejaríamos nada. Mas nossa existência não é uma coisa agradável a não ser que estejamos em busca de algo; então a distância e os obstáculos a serem superados representam nossa meta como algo que nos satisfará – uma ilusão que desvanece assim que o objetivo é atingido; ou quando estamos engajados em algo que é de natureza puramente intelectual – quando nos distanciamos do mundo a fim de podermos observá-lo pelo lado de fora, como espectadores de um teatro. Mesmo o prazer sensual em si não significa nada além de um esforço contínuo, o qual cessa tão logo quanto seu objetivo é alcançado. Sempre que não estivermos ocupados em algum desses modos, mas jogados na existência em si, nos confrontamos com seu vazio e futilidade; e isso é o que denominamos tédio. O inato e inextirpável anseio pelo que é incomum demonstra quão gratos somos pela interrupção do tedioso curso natural das coisas. Mesmo a pompa e o esplendor dos ricos em seus castelos imponentes, no fundo, não passam de uma tentativa fútil de escapar da essência existencial, a miséria.

O fato de que a mais perfeita manifestação da vontade de viver – o organismo humano, com a sua sutil e complexa maquinaria – deve decair e finalmente render todos os seus esforços à extinção – esse é o simples meio pelo qual a Natureza, invariavelmente verdadeira e sincera, declara todo o esforço da vontade, em sua própria essência, como estéril e inútil. Se tivesse algum valor em si, algo incondicionado e absoluto, seu fim não seria a inexistência. Esta é a nota dominante da bela música de Goethe:

No alto da velha torre
Fica o herói de mente nobre.
[Hoch auf dem alten Thurme steht Des Helden edler Geist.]

O homem é apenas um fenômeno, não a coisa-em-si – digo: o homem não é [grego: ontos on]; isso se comprova pelo fato de que a morte é uma necessidade.

E quão diferente o começo de nossas vidas é do seu fim! O primeiro é feito de ilusões de esperança e divertimento sensual, enquanto o último é perseguido pela decadência corporal e odor de morte.

O caminho que divide ambas, no que concerne nosso bem-estar e deleite da vida, é a bancarrota; os sonhos da infância, os prazeres da juventude, os problemas da meia-idade, a enfermidade e miséria freqüente da velhice, as agonias de nossa última enfermidade e, finalmente, a luta com a morte – tudo isso não faz parecer que a existência é um erro cujas conseqüências estão se tornando gradualmente mais e mais óbvias?

Seria sábio considerar a vida como um desengaño, uma ilusão; que tudo está organizado nesse sentido: isso está suficientemente claro.

É apenas no microscópio que nossa vida parece grandiosa. É um ponto indivisível, captado e ampliado pelas poderosas lentes do Tempo e do Espaço.

Tempo é um elemento em nosso cérebro que, por meio da duração, cria uma semelhança de realidade na existência absolutamente vazia das coisas e de nós mesmos.

Quanta tolice há no homem que se arrepende e lamenta por não ter aproveitado oportunidades passadas, as quais poderiam ter-lhe assegurado esta ou aquela felicidade ou prazer! O que resta desses agora? Apenas o fantasma de uma lembrança! E é o mesmo com tudo aquilo que faz parte de nossa sorte. De modo que a forma do tempo, em si, e tudo quanto é baseado nisso, é um modo claro de provar a nós a vacuidade de todos deleites terrenos.

Nossa existência, assim como a de todos animais, não é duradoura, mas apenas temporária, meramente uma existentia fluxa, que pode ser comparada a um moinho no qual há constante mudança.

É verdade que a forma do corpo dura por um tempo, mas apenas sob a condição de que a matéria esteja sempre mudando, de que a velha matéria seja descartava e uma nova seja incorporada. É o principal empenho de todas as formas viventes assegurar um constante suprimento de matéria aproveitável. Ao mesmo tempo, estão conscientes de que sua existência é modelada de modo a durar apenas um período de tempo, como foi dito. Por essa razão tentam, quando estão abandonando a vida, deixá-la para outrem que tomará seu lugar. Essa tentativa toma a forma do instinto sexual em autoconsciência, e na consciência de outras coisas apresenta-se objetivamente – isto é, na forma do instinto genital. Esse instinto pode ser comparado ao enfileiramento de uma corrente de pérolas; um indivíduo sucedendo o outro tão rapidamente como as pérolas na corrente. Se nós, em imaginação, acelerarmos essa sucessão, veremos que a matéria está mudando constantemente em toda a fileira assim como está mudando em cada pérola, enquanto retém a mesma forma: percebemos então que temos apenas uma quasi-existência. Que são somente as Idéias que existem e criaturas-sombra daquilo que lhes corresponde – isso é a base dos ensinamentos de Platão.

A idéia de que não somos nada senão um fenômeno, em oposição à coisa-em-si, é confirmada, exemplificada e clarificada pelo fato de que a conditio sine qua non de nossa existência é um contínuo fluxo de descarto e aquisição de matéria que, como nutrição, é uma constante necessidade. De modo que nos assemelhamos a fenômenos como fumaça, fogo ou um jato de água, todos os quais desvanecem ou cessam diretamente se não houver suprimento de matéria. Pode ser dito, então, que a vontade de viver apresenta-se na forma de um fenômeno puro que termina em nada. Esse nada, entretanto, juntamente com o fenômeno, permanece dentro do limite da vontade de viver e são baseados nesse. Admito que isso é um pouco obscuro.

Se tentarmos obter uma perspectiva geral da humanidade num relance, constataremos que em todo lugar há uma constante e grandiosa luta pela vida e existência; que as forças mentais e físicas são exploradas ao limite; que há ameaças, perigos e aflições de todo gênero.

Considerando o preço pago por isto tudo – existência e a própria vida –, veremos que houve um intervalo quando a existência era livre de sofrimento, um intervalo que, entretanto, foi imediatamente sucedido pelo tédio, o qual, por sua vez, foi rapidamente sucedido por novos anseios.

O tédio ser imediatamente sucedido por novos anseios é um fato também verdadeiro à mais sábia ordem de animais, pois a vida não tem valor verdadeiro e genuíno em si mesma, mas é mantida em movimento por meio de meras necessidades e ilusões. Tão logo quanto não houver necessidades e ilusões tornamo-nos conscientes da absoluta futilidade e vacuidade da existência.

Se deixarmos de contemplar o curso mundo como um todo e, em particular, a efêmera e cômica existência de homens enquanto sucedem um ao outro rapidamente para observar a vida em seus pequenos detalhes: quão ridícula é a visão!

Impressiona-nos do mesmo modo como uma gota d’água, uma simples gota fervilhando de infusoria, é vista por um microscópio, ou um pedaço de queijo cheio de carunchos invisíveis a olho nu. Sua atividade e luta uns contra os outros em um espaço tão pequeno nos entretém grandemente. Acontece o mesmo no pequeno lapso da vida – uma grande e séria atividade produz um efeito irrisório.

Nenhum homem jamais se sentiu perfeitamente feliz no presente; se acontecesse, isso o envenenaria.

Nota do tradutor

A presente tradução de O Vazio da Existência de Arthur Schopenhauer teve como fonte Essays of Schopenhauer; translation of selections from Parerga und Paralipomena por Rudolf Dircks. Seu objetivo não consiste em proporcionar uma tradução técnica, mas informal, num esforço de popularizar escritos intelectualmente edificantes na língua portuguesa.

Biografia de Arthur Schopenhauer (Danzig, 22 de Fevereiro 1788 — Frankfurt, 21 de Setembro 1860) (Fonte: Wikipedia)

Contexto filosófico e cultural



Caricatura de Arthur Schopenhauer, por Wilhelm Busch

Filho de Heinrich Floris Schopenhauer, comerciante da cidade de Danzig, na Prússia (atualmente Gdansk, na Polônia), o filósofo Arthur Schopenhauer estava destinado a seguir a profissão de seu pai. Por isso, a família nunca se preocupou muito com sua educação intelectual e, quando contava apenas doze anos de idade, em 1800, induziu-o a empreender uma série de viagens importantes para um futuro comerciante. Schopenhauer percorreu a Alemanha, a França, a Inglaterra, a Holanda, a Suíça, a Silésia e a Áustria. Mas seu interesse não foi despertado por aquilo que seu pai mais desejava: o que fez de mais importante, durante essas viagens, foi redigir uma série de considerações melancólicas e pessimistas sobre a miséria da condição humana. Em 1805, a família fixou-se em Hamburgo e o obrigou a cursar uma escola comercial. A morte do pai (presumivelmente cometeu suicídio) permitiu-lhe, contudo, abandonar para sempre os estudos comerciais e voltar-se para uma carreira universitária, como era seu desejo. Assim, Schopenhauer passou a dedicar-se aos estudos humanísticos, ingressando no Liceu de Weimar em 1807; dois anos depois, encontrava-se na faculdade de medicina de Göttingen, onde adquiriu vastos conhecimentos científicos.

Em 1811, na Universidade de Berlim, assistiu aos cursos dos filósofos Schleiermacher (1768-1834) e Fichte (1762-1814). Este último seria, mais tarde, acusado por Schopenhauer de ter deliberadamente caricaturado a filosofia de Kant (1724-1804), tentando “envolver o povo alemão com a neblina filosófica”. Em 1813, Schopenhauer doutourou-se pela Universidade de Berlim com a tese Sobre a Quádrupla Raiz do Princípio de Razão Suficiente.

Nessa época, sua mãe, Johanna Schopenhauer, estabeleceu-se em Weimar, onde começou a obter progressivo sucesso como novelista e passou a freqüentar os círculos mundanos que Schopenhauer detestava e se esforçava por ridicularizar ao máximo. As relações entre os dois deterioraram-se a ponto de Johanna declarar publicamente que a tese de seu filho não passava de um tratado de farmácia; em contrapartida, Schopenhauer afirmava ser incerto o futuro de sua mãe como romancista e que ela somente seria lembrada no futuro pelo fato de ser sua progenitora.

Apesar dessas brigas, Schopenhauer freqüentou durante algum tempo o salão de sua mãe. Ali tornou-se amigo de Goethe (1749-1832), que reconhecia seu gênio filosófico e sugeriu-lhe que trabalhasse numa teoria antinewtoniana da visão. A partir dessa sugestão, Schopenhauer escreveu Sobre a Visão e as Cores, publicado em 1816.

Em 1814, Schopenhauer rompeu definitivamente com a família e quatro anos depois concluiu sua principal obra, O Mundo como Vontade e Representação. Em 1819, o livro foi publicado, mas um ano e meio após haviam sido vendidos apenas cerca de 100 exemplares. A crítica também não foi favorável à obra.

Durante os anos de 1818 e 1819, Schopenhauer passou uma temporada na Itália: ao voltar, sua situação econômica não era das melhores. Solicitou então um posto de monitor na Universidade de Berlim, valendo-se de seu título de doutor e passando por uma prova que consistia numa conferência. Admitido em 1820, encarregou-se de um curso intitulado A Filosofia Inteira, ou O Ensino do Mundo e do Espírito Humano. O título do curso devia-se, provavelmente, a Hegel (1770-1831), que na época era um dos mais reputados professores da Universidade de Berlim. Tentando competir com Hegel, Schopenhauer escolheu o mesmo horário utilizado pelo rival, mas a tentativa redundou em fracasso completo: apenas quatro ouvintes assistiam a suas aulas. Ao fim de um semestre, renunciou à universidade.

Em 1821, envolveu-se em um acidente que teve desagradáveis conseqüências econômicas e, sobretudo, viria causar-lhe periódica crise de depressão psicológica. Nessa época, o filósofo residia numa pensão, cujos principais locatários, em sua grande maioria, eram senhoritas de idade avançada. Essas pensionistas tinham o desagradável hábito de espionar a chegada de supostas amantes, recebidas por Schopenhauer em seus aposentos. Certa noite, quando uma costureira chamada Caroline-Louise Marquet dedicava-se a esse mister, Schopenhauer, perdendo a paciência, atirou-a escada abaixo. Como resultado, foi processado e acabou sendo condenado a pagar trezentos thalers de despesas médicas. Além disso, ficava obrigado a pagar sessenta thalers anuais, até a morte de Caroline, que somente veio a falecer vinte anos depois. Durante todo esse tempo, Schopenhauer entrava em depressão nervosa, uma vez por ano, todas as vezes que era obrigado a pagar a pensão. Sua revolta dizia respeito menos à quantia desembolsada do que àquilo que sentia como injustiça cometida pelas autoridades.

Entre 1826 e 1833, Schopenhauer empreendeu freqüentes viagens, adoeceu por diversas vezes e tentou uma segunda experiência como professor da Universidade de Berlim. Foi mais uma tentativa fracassada, somente contrabalançada pela crítica elogiosa a seu O Mundo como Vontade e Representação, publicada no periódico Kleine Bücherschau.

Em 1833, depois de muitas hesitações, o filósofo resolveu fixar-se em Frankfurt, onde permaneceria até sua morte em 1860. Durante os vinte e sete anos que passou na cidade, levou uma vida solitária, acompanhado por seu cão. Sua predileção por animais era filosoficamente justificada; segundo Schopenhauer, entre os cães, contrariamente ao que ocorre entre os homens, a vontade não é dissimulada pela máscara do pensamento.

Dedicado exclusivamente à reflexão filosófica, Schopenhauer trabalhou intensamente em Frankfurt, redigindo e publicando diversos livros. Em 1836, veio a lume o ensaio Sobre a Vontade na Natureza, que deveria completar o segundo livro de O Mundo como Vontade e Representação. Na mesma época, redigiu também dois ensaios sobre moral. O primeiro, escrito para concorrer a um concurso da Academia de Ciências de Trondheim (Noruega), intitula-se Sobre a Liberdade da Vontade. O segundo, O Fundamento da Moral, concorreu ao concurso da Academia de Copenhague e continha verdadeiros insultos a Hegel e a Fichte, que provocaram escândalo; embora fosse o único concorrente, o livro não foi premiado. Posteriormente, os dois ensaios seriam reunidos sob o título de Os Dois Problemas Fundamentais da Ética e publicados em 1841. Três anos depois, surgiu a segunda edição de O Mundo como Vontade e Representação, enriquecida com alguns suplementos. Apesar disso, não teve sucesso.

O mesmo não ocorreu com a última obra escrita e publicada por Schopenhauer. Intitulava-se Parerga e Paralipomena e continha pequenos ensaios sobre os mais diversos temas: política, moral, literatura, filosofia, estilo e metafísica, entre outros. A obra alcançou inesperado sucesso, logo depois de ser publicada em 1851. A partir daí, a notoriedade do autor espalhou-se pela Alemanha e depois pela Europa. Um artigo de Oxenford, publicado na Inglaterra, deu início à grande difusão de sua filosofia. Na França, muitos filósofos e escritores viajaram até Frankfurt para visitá-lo. Na Alemanha, a filosofia de Hegel entrou em declínio e Schopenhauer surgiu como ídolo das novas gerações.

Assim, os últimos anos da vida de Schopenhauer proporcionaram-lhe um reconhecimento que ele sempre buscou. Artigos críticos surgiram em grande quantidade nos principais periódicos da época. A Universidade de Breslau dedicou cursos à análise de sua obra e a Academia Real de Ciências de Berlim propôs-lhe o título de membro, em 1858, que ele recusou.

Dois anos depois, a 21 de setembro de 1860, Arthur Schopenhauer, que Nietzsche (1844 – 1900) chamaria "o cavaleiro solitário", faleceu, vítima de pneumonia. Contava, então, 72 anos de idade.

Principais obras

Sobre a raiz quádrupla do princípio da razão suficiente (1813)
O mundo como vontade e representação (1819)
Sobre a Vontade da Natureza (1836)
Os Dois Problemas Fundamentais da Ética (1841)
Parerga e Paralipomena (1851)


Fonte: Site Ateus.Net

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Monografia Uso e Ritual da Hoasca

E ai galerinha passando o link da monografia q foi feita na UNB referente ao uso da Hoasca na floresta e em centros urbanos

http://www.aguiadourada.com/pdf/mono.pdf


Vale a pena dar uma olhada

UDV Histórico


“Não me bebas sem razão.
Não me distribuas sem honra.”
Mestre Joaquim José de Andrade Neto

A UDV vem sendo recriada na Terra por determinação superior e nela permanece ora por períodos curtos, ora por períodos longos, sempre se manifestando na forma mais pura e elevada. Porém, quando as pessoas não demonstram grau para trabalhar com essa força e tentam usá-la de acordo com seus interesses pessoais, ela se recolhe nas brumas do tempo, desaparecendo temporariamente.
Sua origem encontra-se nos primórdios da civilização humana, quando Caiano,
discípulo e assistente do Rei Salomão, recebeu deste o sétimo segredo da Natureza, ou seja, a União do Vegetal, e, com ela, a chave da palavra perdida para entrar em contato com a Força Superior e penetrar nos encantos da Natureza Divina.
De posse desse segredo, Caiano vem reencarnando na Terra em diversos destacamentos, procurando, a cada vez, restaurar a União do Vegetal, trazendo os homens das trevas para a luz, da ignorância para o Conhecimento, da ilusão para a realidade. Neste século, retornou no corpo e no nome de José Gabriel da Costa para uma vez mais recriá-la. Da cidade de Coração de Maria, Bahia, onde nasceu, ele dirigiu-se já em idade madura para Porto Velho, Rondônia, com o objetivo de trabalhar como seringueiro na Floresta Amazônica, e lá acabou reencontrando o chá Oaska, também conhecido por Vegetal. Com a comunhão, começou a recordar-se de suas vidas passadas, e a partir de então ficou três anos examinando essas revelações. A partir de 1961, já consciente de sua missão como MESTRE Gabriel, começou a distribuir o chá e a doutrinar pessoas.
Nessa época, já tendo recebido as chamadas e os ensinamentos sobre como contactar a Força Superior através da Oaska, ele constituiu em Porto Velho uma sociedade que recebeu o nome de Associação Beneficente União do Vegetal. Alguns anos depois, devido à incompreensão por parte de autoridades policiais e por conveniência jurídica, acabou mudando esse nome para Centro Espírita Beneficente União do Vegetal.
De origem humilde, MESTRE Gabriel enfrentou durante a sua vida muitas dificuldades, e lutou heroicamente pela sobrevivência e sustento da mulher e de seus oito filhos. Todos os que o conheceram puderam sentir a beleza e a luminosidade de seu espírito, e quem não teve esse privilégio pode vislumbrar sua força espiritual através das centenas de chamadas que ele trouxe para a União do Vegetal e através do conforto espiritual proporcionado por seus ensinamentos, os quais revelam, sobretudo, o verdadeiro sentido da existência.
Apesar dos obstáculos, o MESTRE dedicou-se integralmente à obra espiritual que lhe estava destinada, e deixou, antes de desencarnar, dezenas de associados provenientes de diversos Estados do país e doze pessoas incumbidas de distribuir o Vegetal, as quais apenas simbolicamente iriam dar continuidade ao seu trabalho até que chegasse quem estava destinado a ser o seu legítimo representante.
Com o desencarnamento de MESTRE Gabriel, a UDV continuou funcionando sob a sua supervisão espiritual. Porém, o fato de a Ordem não contar naquele momento com a presença de um Mestre encarnado deu início a acontecimentos que indicavam que alguma coisa estava prestes a ocorrer, como se a União do Vegetal aguardasse o preenchimento de uma lacuna ocasionada pela ausência de quem sabe o que faz, por que e para que o faz.
Com efeito, esses indícios de transformação acabaram dando origem a um novo ciclo, que teve início em 1981 (dez anos após o desencarnamento de MESTRE Gabriel) com a constituição, por Mestre Joaquim José de Andrade Neto, do Centro Espiritual Beneficente União do Vegetal, em Campinas, São Paulo.

A CONSTITUIÇÃO DO CENTRO ESPIRITUAL
BENEFICENTE UNIÃO DO VEGETAL

Para compreender um fato é preciso, muitas vezes, identificar suas origens e o contexto em que ele ocorreu.
No caso da constituição do Centro Espiritual Beneficente União do Vegetal por Mestre Joaquim, é fundamental conhecer alguns acontecimentos que tiveram lugar a partir de sua chegada em 1975 à cidade de Porto Velho, para onde ele se dirigiu em busca da União do Vegetal. É com o objetivo de trazer esclarecimento sobre esse assunto que relataremos a história desde o início.

A chegada a Porto Velho

Em 1975, quatro anos após o desencarnamento de MESTRE Gabriel, chegou a Porto Velho, procedente de Campinas, Joaquim José de Andrade Neto, na época com vinte e cinco anos, à procura da Oaska, da qual ouvira falar por intermédio de um conhecido. Foi recebido pelo então representante geral da União do Vegetal, mestre João Ferreira de Sousa, conhecido como mestre Joanico, o qual marcou uma sessão para o dia 17 de abril especialmente para atendê-lo.
Ao beber o Vegetal como sócio adventício na então Sede Geral, templo José Gabriel da Costa, na época em construção, numa sessão da qual participaram mais de trinta pessoas, Joaquim José de Andrade Neto, convidado a falar, provocou emoção nos presentes quando discorreu sobre a missão da União do Vegetal na Terra e sua ligação pessoal com ela, manifestando ainda, de forma marcante e significativa, seu reconhecimento e determinação em servir à Ordem. Concluiu a exposição com as seguintes palavras: “O poder do mal é grande, mas a coroa pertence ao Bem”.
Terminada a sessão, que havia sido dirigida por mestre Joanico, ele disse:
- Mestre, eu vi tudo.
Ao que mestre Joanico respondeu:
- O senhor não viu nada. Isso é só o começo.
Voltando o olhar para uma faixa, exposta num busto do MESTRE Gabriel, na qual estavam inscritas as letras UDV é OBDC, indagou:
- O que significam essas letras?
Ouviu a seguinte resposta:
- Um dia o senhor vai saber.
- Tu o dizes! - sentenciou, e despediu-se com um forte aperto de mão e um olhar que expressava grande gratidão pelo copo de fogo líqüido que ainda iluminava seu espírito.
O encontro entre o hoje Mestre Joaquim e mestre Joanico foi tão forte que, no dia que se seguiu ao dessa primeira sessão, mestre Joanico lhe deu, atendendo a um pedido seu, uma quantia de Vegetal equivalente a um copo para que a levasse consigo, atitude inédita em alguém cujo comportamento primava pelo rigor no trato com as coisas relacionadas com a União do Vegetal. Agiu desta maneira em obediência à força da burracheira, motivado por um reconhecimento instintivo de que se encontrava diante de alguém destinado a cumprir uma missão significativa na União do Vegetal.
Tal atitude, porém, não foi compreendida pelos demais discípulos, e acabou provocando ciúme em algumas pessoas que tinham dificuldade para aceitar os acontecimentos. E este foi apenas o início de uma série de incompreensões que culminaram posteriormente na constituição do Centro Espiritual Beneficente União do Vegetal. No entanto, essa entrega do Vegetal a Mestre Joaquim teve grande importância devido à influência que a presença do poderoso líqüido teve junto a ele nos acontecimentos que se seguiram.

Em busca do mandado de segurança

Naquela mesma ocasião, Mestre Joaquim manifestou a mestre Joanico a sua vontade de participar de uma sessão em Manaus antes de retornar a Campinas, e este prontificou-se então a escrever duas cartas apresentando-o ao representante e ao presidente do Núcleo dessa cidade.
No dia seguinte, de posse das cartas, Mestre Joaquim viajou para Manaus no barco Intendente João Elias, no qual, além da tripulação, apenas ele e um passageiro viajavam.
Durante os dois primeiros dias da viagem, Mestre Joaquim e o outro passageiro não conversaram. Este, que viajava em uma rede ao seu lado, ocupava-se durante todo o tempo com a leitura da Bíblia, enquanto o Mestre lia um livro intitulado Uma aventura na mansão dos Adeptos Rosa-Cruzes, presente de um senhor que ele conhecera num hotel, de nome David, delegado do Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento de Porto Velho.
No segundo dia, Mestre Joaquim leu em voz alta a última frase do livro, que era de São Paulo Apóstolo (Corínthios), fechando-o em seguida. E qual não foi a surpresa de seu companheiro de viagem ao ouvir exatamente a mesma frase que estava lendo na Bíblia! Depois desse acontecimento, iniciou-se uma conversação através da qual Mestre Joaquim soube que esse passageiro se chamava Inácio Mendes, que havia sido dono de um jornal em Porto Velho e que não só conhecera MESTRE Gabriel como também participara de algumas sessões (motivado principalmente por problemas de saúde) dirigidas por ele.
O Sr. Inácio contou-lhe que, na ocasião, o Vegetal lhe fizera bem, mas que, como era pessoa de posses, membro do Rotary e da Maçonaria, havia sido desestimulado por conhecidos a freqüentar a União do Vegetal pela maneira humilde como ela se manifestou naquela fase de sua história. E, ao saber que o Mestre dirigia-se a Manaus para participar de uma sessão, disse-lhe que também ele viajava com destino a essa cidade, na qual pretendia fazer um tratamento de saúde. Manifestou então sua vontade de beber o Vegetal novamente, e pediu-lhe que intercedesse junto ao representante do Núcleo no sentido de que a sua participação fosse permitida.
Mestre Joaquim concordou e, ao chegar a Manaus, despediu-se do Sr. Inácio Mendes, ficando com o endereço de sua filha para posteriormente contactá-lo. Procurou pelo presidente e pelo representante do Núcleo da União do Vegetal dessa cidade, e este, durante o encontro, decidiu que no dia seguinte, terça-feira, dia 22 de abril, seria realizada uma sessão extra para atendê-lo. A autorização para que também o Sr. Inácio comungasse o Vegetal foi concedida e o Mestre compareceu ao Templo levando-o consigo.
Durante esta sessão, surgiu o assunto das dificuldades que a União do Vegetal vinha tendo em função da incompreensão, por parte de autoridades policiais, quanto à distribuição do chá. O Sr. Inácio pediu a palavra e disse que discorrer acerca de tais problemas não fazia mais sentido, uma vez que existia um mandado de segurança, assinado por nove desembargadores, autorizando a utilização do chá Oaska em rituais religiosos. Acrescentou, ainda, que esse mandado havia sido impetrado pelo então advogado da Ordem, Sr. Jerônimo Santana, o qual, inclusive, fora indicado por ele próprio. Contou também haver sido por sugestão desse mesmo advogado, e por conveniência jurídica, que a denominação Centro Espírita fora adotada. E explicou que esse documento se encontrava na Secretaria de Justiça, em Brasília, e que quem poderia fornecer mais informações a esse respeito era o próprio Jerônimo Santana, que naquela época lá se encontrava.
A notícia do mandado causou espanto e alegria nos presentes, pois há muitos anos ele havia se extraviado e desde então ninguém conseguira localizá-lo.
Diante da necessidade de que alguém fosse até a Capital Federal em busca do documento, Mestre Joaquim prontificou-se a viajar para lá com esse objetivo. Em Brasília, contactou o Sr. Jerônimo Santana (que posteriormente chegou a ser governador de Rondônia) e, em seguida, dirigiu-se à Secretaria de Justiça, onde permaneceu o dia todo devido à dificuldade de localizar o mandado, a qual se devia ao fato de que este havia sido impetrado no nome de Associação Beneficente União do Vegetal.
De posse desse documento, Mestre Joaquim retornou a Campinas, de onde enviou uma cópia do mesmo a Porto Velho e outra a Manaus. Ele levou uma terceira consigo ao do Núcleo de São Paulo1, onde participou de uma sessão, a qual teve lugar um dia após a sua chegada. O mandado de segurança, que respalda juridicamente as atividades da União do Vegetal2, foi usado numa defesa publicada por representantes do Centro num jornal de Porto Velho de 15 de setembro de 1977. A confiança que o mestre geral representante daquela época depositou em Mestre Joaquim desde o primeiro encontro entre ambos constitui um sinal da harmonia deste com a manifestação do mistério que envolve a União do Vegetal, mistério esse que a partir de então desencadeou uma constelação de acontecimentos significativos, sem contar os que ainda virão.

UDV é OBDC

Alguns meses se passaram e, por ocasião de sua terceira viagem a Porto Velho, no dia seguinte ao de uma sessão de festa, Mestre Joaquim pergunta a mestre Joanico:
- O senhor sabe o significado de UDV é OBDC ?
Após olhar por alguns segundos seu interlocutor em silêncio, ele respondeu:
- Não, senhor.
Essa atitude franca e sincera veio a reforçar a amizade e o respeito mútuo. Em seguida, Mestre Joaquim pediu um pedaço de papel e um lápis e, sentando-se com ele junto à mesa, escreveu o significado das letras, dando a explicação necessária, diante da qual mestre Joanico ficou perplexo, pensativo e silencioso. E fez o mesmo com mais seis associados que já pertenciam ao quadro de mestres, os quais tampouco conheciam o seu significado. No caso destes, no entanto, a revelação foi recebida com um misto de espanto e incômodo. Hoje, depois de milhares de horas de burracheira e de rigorosa observação da natureza humana, Mestre Joaquim sabe que os ensinamentos hierofânticos do Senhor não devem ser entregues “de bandeja” às pessoas, mas sim descobertos por elas próprias.
Alguns membros mais antigos que conviveram com MESTRE Gabriel sabem que ele sentenciara:
- Quem descobrir o significado destas letras, esse é o Mestre.
Portanto, o desvendar desse significado, o qual se deu em três graus de saber (um dos quais já foi revelado), veio a confirmar o grau de convicção do Mestre acerca da importância do tesouro espiritual que, a partir de então, passou a estar sob sua guarda.

A União do Vegetal em Campinas

No Núcleo de São Paulo, Mestre Joaquim, ainda na condição de discípulo, comungou o Vegetal durante um ano, período no qual continuou a receber revelações significativas a respeito da União do Vegetal através de burracheiras iniciáticas que vinham reforçar, cada vez mais, sua firmeza e determinação em servi-la.
Já nessa época, premido pela necessidade, ele advertia sobre os desvios na doutrina e no comportamento dos discípulos, desvios esses que eram fruto de um excesso de liberalismo combinado com um envolvimento do então dirigente com a filosofia de uma seita indiana. O fato de ele ter percebido esse choque de doutrinas acabou provocando a sua decisão de desligar-se do Núcleo dessa capital. No entanto, permanecia ainda filiado à Sede Geral, em Porto Velho. Alguns meses depois, a distribuição do Vegetal em São Paulo é suspensa pela Sede Geral, e o Mestre, em mais uma de suas viagens a Porto Velho, recebe, em 1976, autorização para distribuí-lo em Campinas.
É importante ressaltar que Mestre Joaquim recebeu essa autorização apenas um ano após haver começado a freqüentar a União do Vegetal, e antes mesmo de que houvesse participado de qualquer sessão instrutiva1. É que as longas conversações mantidas com o então representante geral foram suficientes para fazer com que este sentisse que havia encontrado alguém capaz de cumprir e de fazer cumprir a lei da UDV. Além disso, Mestre Joaquim, como observador da natureza, aprendeu, através das chamadas e do Vegetal, a trazer de si os ensinamentos necessários para dar continuidade aos trabalhos da Ordem, descobrindo o segredo de como penetrar nos mistérios dos encantos da Minguarana.
Esta nova prova de confiança do mestre geral representante em relação a Mestre Joaquim constitui mais uma atitude inédita em sua carreira na representação, haja vista ao tempo que ele costumava demorar para autorizar a abertura de novos núcleos, tal como, por exemplo, ocorreu com o Núcleo de Brasília.
No Pré-Núcleo de Campinas, como instrutor, Mestre Joaquim deu continuidade à sua missão distribuindo o Vegetal durante treze meses, durante os quais procurou sempre seguir à risca os ensinamentos da UDV. Porém, como todo aquele que se dispõe a aplicar a lei é incompreendido, o Mestre continuou a ser alvo de críticas e julgamentos por parte de alguns integrantes do Centro, sobretudo porque procurava mostrar aos discípulos que o processo de Iniciação implica uma substancial mudança de hábitos, inerente a uma visão espiritual da vida.
Durante esse período, o Pré-Núcleo de São Paulo foi reaberto, e o seu então dirigente chegou a atender dois discípulos de Campinas que haviam sido punidos por infringência à Lei da União do Vegetal, permitindo-lhes participar de sessão. Agindo por conta própria, sem a autorização de Mestre Joaquim, aquele representante, com tal atitude, estava estimulando a desobediência, subvertendo a ordem e contribuindo para a desunião. Além disso, ele distribuía o Vegetal a outras pessoas residentes em Campinas, o que não fazia sentido, já que nesta cidade havia um Representante autorizado para desempenhar essa função. Assim agia por ver equivocamente em Mestre Joaquim o causador do fechamento do Núcleo da capital paulista no ano anterior, opinião que era compartilhada também por outros integrantes do mesmo. E então, embaçados por esse julgamento e dominados pela revolta, incentivavam a insubordinação nos demais discípulos, tentando convencê-los de que a lei da União do Vegetal não deveria ser cumprida de forma rigorosa. Com isso, infringiam a mesma Lei, esquecendo-se por completo dos ensinamentos do MESTRE Gabriel expressos em sua Convicção1 os quais determinam que não podemos julgar, censurar ou nos revoltar.
Tais divergências na linha de doutrinação, acrescidas de intrigas, provocaram um conflito entre o Pré-Núcleo de Campinas e a representação geral em Porto Velho, a qual, não conseguindo escapar às influências dos que se sentiam incomodados com a presença do Mestre, acabou suspendendo a distribuição do Vegetal em Campinas.
O que mais evidencia o fato de que a presença do Mestre não era conveniente para alguns integrantes é o motivo - comprovadamente fútil - encontrado para tentar justificar o fechamento do Núcleo: a questão de a camisa da União do Vegetal (trajada nas sessões) ser usada para dentro das calças, quando, segundo o representante geral, ela deveria ser usada para fora. É preciso esclarecer, no entanto, que no Pré-Núcleo de Campinas o uniforme era usado para dentro não por insubordinação, mas devido à falta cometida pela Administração Geral em não ter anexado, aos Boletins do Centro, o artigo que regulamentava o assunto. Mestre Joanico, durante sua visita a Campinas, procurou em vão por tal artigo, e constatou que ele não havia sido enviado pela Sede Geral. Essa questão poderia ter sido resolvida com uma simples determinação, a qual teria sido prontamente cumprida.
Ciente da decisão da sede geral de suspender a distribuição do Vegetal em Campinas (tomada por ocasião do regresso de mestre Joanico a Porto Velho, antes do qual ele passara pelo Núcleo de São Paulo), Mestre Joaquim acatou-a plenamente, devolvendo todo o material da UDV que estava em seu poder, inclusive o Vegetal. E embora tenha sempre se dedicado à Ordem desde o seu encontro com ela neste corpo, contribuindo para sua organização em todos os sentidos, o Mestre em nenhum momento lamentou o ocorrido, mesmo porque ele sabe que em tudo está o mistério de Deus.
A forma como ocorreu o fechamento do Pré-Núcleo, através de alegações que não explicam nem justificam o fato, constitui um farto material para reflexão. Os acontecimentos a ele relacionados foram tão significativos que acabaram por desencadear o fim de um ciclo e o início de outro, nascido sob a égide da vontade de Deus.

Em busca da conciliação

Após observar durante um ano a direção que os acontecimentos vinham tomando, Mestre Joaquim se deu conta da impossibilidade de continuar filiado ao Centro, uma vez que o regime hierárquico verticalista da União do Vegetal havia sido substituído por outro, de natureza política, em função do qual prevaleciam os interesses individuais. Pediu então desligamento, por escrito, consciente de sua decisão.
Transcorrido mais um ano, ele viajou a Porto Velho, pela sexta vez desde sua chegada em 1975, com o objetivo precípuo de ver esclarecida a questão da suspensão da distribuição do Vegetal em Campinas. Esperava que, àquela altura, a administração geral já tivesse tido tempo suficiente para reconhecer o engano em que consistira a sua decisão. Procurava, com isso, proporcionar aos representantes do Centro uma chance de se retratarem, para que, futuramente, não viessem a alegar que ele não havia esgotado todas as tentativas de conciliação.
Mestre Joaquim dirige-se então ao mestre geral (que não era mais mestre Joanico, visto que ele perdera a eleição para mestre geral) para propor-lhe a realização de uma sessão durante a qual, dentro da luz do Vegetal, pudessem examinar o assunto. Mestre Joanico intercede a seu favor, solicitando ao representante que realize uma sessão para se resolver o impasse, pois o fechamento do Núcleo de Campinas era para ele motivo de arrependimento. Prova disto é que, alguns meses depois, ele chegara a enviar a Mestre Joaquim, atendendo a um pedido seu, doze mudas de Mariri Tucunacá, atitude que lhe ocasionou sérios problemas perante a representação geral. No entanto, a proposta para a realização da sessão foi recusada, e através dessa recusa Mestre Joaquim pôde sentir no então representante o medo da prestação de contas, fruto da falta de convicção nas decisões anteriormente tomadas.
É sintomático que esse representante de Porto Velho fosse o mesmo que, anos antes, quando em visita ao Núcleo de São Paulo, havia sido indagado por Mestre Joaquim (que, na época, ainda na condição de discípulo, bebia o Vegetal pela sétima vez) do porquê de estar dirigindo uma sessão sem a camisa da União do Vegetal. Ele, não conseguindo se explicar, agradeceu a lembrança. Mas, apesar do agradecimento, não demonstrou, por ocasião dessa nova visita do Mestre a Porto Velho, a devida nobreza de espírito, já que, por razões inexplicáveis, recusou-se a atendê-lo, embora soubesse que se tratava de um ex-dirigente de Núcleo que viajara quatro mil quilômetros para resolver uma questão que não envolvia só a ele, mas também a outras pessoas que estavam privadas da comunhão do Vegetal há mais de dois anos.
Além disso, qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade teria percebido e levado em conta, naquela situação, o forte vínculo de Mestre Joaquim com a União do Vegetal, demonstrado desde a sua chegada através de atitudes significativas de fidelidade e dedicação. É digno de nota, por exemplo, o fato de que ele, em menos de três anos, tivesse viajado quarenta e oito mil quilômetros (o correspondente a seis viagens de ida e volta a Porto Velho), às suas expensas, para tratar de assuntos exclusivamente relacionados à UDV, dando início a um trabalho de organização e estruturação da mesma.
A recusa do representante impediu que a questão da redistribuição do Vegetal por Mestre Joaquim fosse examinada e decidida dentro do âmbito do próprio Centro, dado que lhe fechou a porta de acesso a ele e eliminou, assim, toda e qualquer chance de entendimento. E ao se omitir de tratar de um assunto que se encontrava sob sua responsabilidade com o objetivo de se ver livre da presença do Mestre na UDV, essa mesma pessoa acabou provocando a intervenção espiritual de MESTRE Gabriel, conforme veremos a seguir.

A intervenção de MESTRE Gabriel

Ainda em Porto Velho, Mestre Joaquim fica convencido de que os representantes do Centro dessa cidade não estavam preparados para dar continuidade à obra de MESTRE Gabriel, e retorna a Campinas decidido a aguardar pacientemente o novo rumo que os acontecimentos haveriam de tomar.
Um ano depois (e três após o fechamento do Núcleo de Campinas), no dia 24 de junho de 1981, ele realiza uma sessão com o Vegetal preparado com os cipós das mudas de Mariri enviadas por mestre Joanico e as folhas de um pé de chacrona que este também lhe havia presenteado por ocasião da segunda viagem que fizera a Porto Velho. Essa foi a primeira sessão de preparo realizada em Campinas. Nessa ocasião, recebe ordem superior e autorização espiritual de MESTRE Gabriel para constituir, aos 22 de julho do mesmo ano, o Centro Espiritual Beneficente União do Vegetal. Somente desse modo seria possível evitar o desvio da doutrina da UDV, preservando-se, assim, seus ensinamentos.
De acordo com a determinação superior recebida, o nome do Centro deveria permanecer praticamente o mesmo. Apenas a palavra Espírita deveria ser substituída por Espiritual, uma vez que a primeira remete ao Espiritismo, ou seja, à doutrina de Allan Kardec, que, como se sabe, se ocupa da comunicação com espíritos desencarnados, enquanto que a UDV tem por objetivo proporcionar ao homem o conhecimento de seu próprio espírito, desvendando-lhe o passado em outras encarnações e reconduzindo-o à sua origem divina.
Algumas pessoas, recusando-se a aceitar a presença do mistério no Vegetal, indagam como pode ser possível que Mestre Joaquim tenha recebido autorização espiritual de MESTRE Gabriel para constituir o Centro Espiritual sendo que este já estava desencarnado. Mas o fato é que ele a recebeu, e não apenas a autorização, mas também, ainda na mesma sessão, a estrela, símbolo do grau de Mestre. Quanto à forma como isso ocorreu, trata-se de um segredo que pertence às pessoas que estavam presentes naquela sessão.

Cabe esclarecer que quando a estrela está verdadeiramente no coração, ela representa o símbolo da união, que é luz, paz e amor, símbolo este que o discípulo só recebe quando aprende a amar o próximo como a si mesmo. E o sinal de que uma pessoa já chegou a este ponto é a presença constante de um estado de espírito elevado, caracterizado pela ausência de manifestações de desrespeito ao semelhante, tais como ofensas, calúnias, censuras e julgamentos; enfim, de um estado de espírito pleno de solidariedade e de disposição de contribuir para a evolução do próximo.

Ressentimento e revolta

A constituição do Centro Espiritual, ocorrida em 1981, gerou revolta em meio a alguns dos integrantes do Centro Espírita. A partir dessa data, durante vários anos, eles se indispuseram contra o Mestre e procuraram difamá-lo tanto em âmbito interno (isto é, junto aos seus próprios associados) através de panfletos que insistiam na idéia de que ele seria um usurpador, como em público, através da mídia, da qual lançaram mão a cada vez que alguma obra da União do Vegetal era publicada.

Dezessete anos depois, desprovidos da devida coragem para reconhecerem seus erros e se renderem à incontestável autoridade moral e supremacia espiritual do Mestre, membros do Centro Espírita optaram pela forma mais indigna e vil de vingança, a impetração de uma ação judicial contra o Centro Espiritual reivindicando o direito de propriedade exclusiva dos nomes União do Vegetal e Oaska junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Para justificar essa reivindicação, apoiaram-se na existência de um registro de propriedade comercial sobre esses nomes.
É compreensível e perfeitamente aceitável que se exija exclusividade de uso de um nome destinado a ser marca de algum produto de natureza mercantilista. Mas, em se tratando de algo de origem milenar e que, além de tudo, não é propriedade de quem quer que seja mas sim um patrimônio espiritual da humanidade, essa exigência de exclusividade carece totalmente de razão de ser. No caso específico dos nomes Oaska e União do Vegetal, há ainda o agravante de que eles fazem parte das tradições indígenas da América do Sul há séculos, tal como consta em diversas obras de etnobotânica, antropologia e História. Não por acaso, quando nos Estados Unidos alguém teve a idéia de tentar patentear o chá, a tentativa não apenas redundou em fracasso mas gerou ainda grande indignação em meio à população indígena e a diversas organizações ecológicas do continente americano.1
O fato é que, ao optar por mover a ação, o Centro Espírita deixou evidente que seus objetivos não são de natureza espiritual, mas sim comercial. E, como se isso não bastasse, pisoteou ainda a própria lei da União do Vegetal, pois traiu os ensinamentos do MESTRE que se encontram registrados num documento denominado Convicção do Mestre, publicado em 1967 no jornal Alto Madeira, em Porto Velho, Rondônia.
Esse documento narra um episódio da vida de MESTRE Gabriel em que ele foi preso injustamente e de maneira arbitrária pelo então delegado de polícia de Porto Velho por estar preparando e distribuindo o Vegetal a alguns de seus discípulos, e evidencia que ele era contrário à prática da mobilização judicial. Consta que estes tentaram impetrar uma ação judicial contra o referido delegado alegando invasão domiciliar após as 22 horas, mas que foram desestimulados pelo MESTRE a tomarem qualquer atitude no sentido de punir judicialmente o autor de sua prisão, pois se o fizessem não estariam agindo com luz, paz e amor.
E se MESTRE Gabriel declinou da vontade de punir judicialmente aqueles que o prenderam, como seria de se esperar então que ele viesse a agir num caso em que o acusado é um homem que vem fazendo cumprir sua palavra e trabalhando para tornar a União do Vegetal conhecida e respeitada mundialmente, e que, além disso, vem trazendo a público, por meio de dezenas de obras, os ensinamentos recebidos através da Oaska?
O processo judicial impetrado contra o Centro Espiritual Beneficente União do Vegetal ainda se encontra em andamento, mas, independentemente de seu resultado, o Mestre Joaquim José de Andrade Neto continuará cumprindo sua missão de maneira magistral, tal como sempre a cumpriu, mantendo-se permanentemente em sintonia com a Força Superior e recebendo dela toda a inspiração e a sabedoria necessárias para conduzir os trabalhos da Ordem. Como homem consciente que é, ele sabe que a decisão jurídica em questão, por mais que possa garantir a exclusividade de uso do nome da União do Vegetal à outra parte, não lhe garantirá jamais a presença do mistério em suas atividades nem a autoridade espiritual inerente ao grau de Mestre a nenhum de seus membros. Ao contrário, aqueles que, agindo de forma truculenta e retaliadora, outorgam aos homens o direito de decidir sobre questões de natureza divina, esquecendo-se de que nestes casos a mão humana é indesejável, acabam impedindo, por suas próprias atitudes, que o poder de Deus os penetre. Distanciam-se, por conseguinte, dos Seus elevados atributos de luz, paz e amor.
Em síntese, a constituição do Centro Espiritual, ao invés de gerar revolta, deve ser motivo de reflexão e exame, uma vez que a lei da União do Vegetal existe para ser cumprida, e não violada. E aqueles que cometem uma infringência não podem nem devem eximir-se de seus efeitos, dos quais estarão livres somente a partir do momento em que reconhecerem de coração suas atitudes inconseqüentes. Só a partir de então poderão desfrutar do conforto que seus espíritos tanto necessitam.


MESTRE Gabriel durante o preparo do
Vegetal em Porto Velho, RO na
década de sessenta


Mestre Joaquim distribuindo o Vegetal
quarenta anos depois em Campinas, SP

Nota

1. O norte-americano Loren Miller agiu de forma semelhante à do Centro Espírita, tentando obter a patente da Ayahuasca (corruptela de Oaska usada pelos índios). Seu objetivo era torná-la produto exclusivo da empresa Plant Medicine Corporation, tendo, por causa disso, sido notícia internacional durante alguns anos. Em 1986 ele obteve essa patente, mas o fato provocou o repúdio das comunidades indígenas. A Confederação Indígena das Comunidades Amazônicas (COICA) solicitou o cancelamento da mesma, apoiado no fato de que a bebida já vem sendo usada por índios há séculos. Durante o 5º Congresso da COICA, em maio de 1997, oitenta delegados representantes de quatrocentas tribos amazônicas se posicionaram contra o patenteamento. Finalmente, no dia 3 de novembro de 1999, depois de grande parte do mundo também haver feito o mesmo, o PTO (United States Patent and Trademark) o rejeitou, levando em consideração o sentido sagrado da bebida para as comunidades indígenas e o fato de elas a usarem há muitas gerações.