domingo, 19 de outubro de 2008

UDV WEBSITE

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última atualização em 8 de fevereiro de 2001


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A SAGRADA UNIÃO

Luz, Paz e Amor

O Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, sociedade religiosa sem fins lucrativos, tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento humano, com o aprimoramento de suas qualidades intelectuais e suas virtudes morais e espirituais, sem distinção de cor, credo ou nacionalidade. Suas leis situam a cidade de Brasília - Distrito Federal, Brasil - como Sede Geral. A UDV tem como símbolo da paz e da fraternidade humana Luz, Paz e Amor.

Centro - é o espaço onde se reúnem os espíritos encarnados para obter a concentração mental, estado propício ao autoconhecimento.

Espírita - pela crença nos preceitos milenares da reencarnação.

Beneficente - pelos comprovados benefícios prestados aos seus discípulos e à sociedade.

União do Vegetal - por utilizar em seus rituais, para efeito de concentração mental, o chá denominado Hoasca, preparado com a união de dois vegetais, Mariri e Chacrona, comprovadamente inofensivos à saúde.

A missão do Mestre

O uso ritualístico do chá Hoasca entre os povos amazônicos remonta aos períodos anteriores ao descobrimento da América, no século XVI. A UDV foi recriada em 22 de julhode 1961 por José Gabriel da Costa. Aqui, de braços abertos aos seus primeiros discípulos, o Mestre da União dá início à sua missão.

10 de fevereiro de 1922. Ao meio-dia, nasceu o Mestre da União do Vegetal, José Gabriel da Costa, na localidade Coração de Maria - município de Feira de Santana, na Bahia.

Filho de Manuel Gabriel e Dona Prima Feliciana, viveu até a juventude no seio de sua família, seus pais e mais treze irmãos, que dele dão o testemunho de pessoa simples e de notável correção moral.

Ainda jovem, mudou-se para trabalhar na cidade de Salvador, onde viveu por apenas quatro anos. Alistou-se como Soldado da Borracha para colher seringa na floresta amazônica.

Chegou a Manaus de navio e de lá partiu para Porto Velho, no antigo território federal de Guaporé (Rondônia), onde trabalhou como enfermeiro em hospital público e conheceu Raimunda Ferreira, dona Pequenina, sua esposa.

Depois, mudou-se para os seringais. Próximo à fronteira com a Bolívia, entra em contato com a Hoasca, bebendo ali o Vegetal pelas primeiras vezes.

Ainda nos seringais, ao lado de Dona Pequenina, Mestre Gabriel recriou, a 22 de julho de 1961, a União do Vegetal.

No final de 1965, retornou a Porto Velho, em busca de melhores condições de desenvolver as atividades religiosas da sociedade que recriara, distribuindo o Vegetal inicialmente numa pequena olaria de sua propriedade.

Quando passou a realizar as sessões em sua residência, Mestre Gabriel já se fazia acompanhar de alguns discípulos que viriam depois a constituir-se nos mestres responsáveis pela expansão de sua doutrina por todo o país.

No início, a UDV não tinha registro oficial. A polícia chegou a prender o Mestre da União, mas fez-se o registro da Associação Beneficente União do Vegetal e a publicação, no jornal Alto Madeira, da “Convicção do Mestre”, uma defesa pública dos princípios e objetivos da UDV.

Tendo suas atividades temporariamente suspensas no início dos anos 70 pela Divisão de Segurança e Guarda do Território do Guaporé, a UDV impetrou um mandado de segurança, com a mudança de denominação da sociedade para o registro definitivo de Centro Espírita Beneficente União do Vegetal.

Com isso, determina o Mestre da União a construção do primeiro templo, onde é hoje o Núcleo Mestre Gabriel, em Porto Velho - Sede Histórica da UDV, uma forte memória da presença do Mestre. No mesmo ano foi oficializada a primeira distribuição fora daquele território: Manaus, onde surgiria o Núcleo Caupuri.

Com a UDV registrada e os primeiros núcleos iniciados, com um Quadro de Mestres e um Corpo do Conselho preparados para transmitir sua doutrina, Mestre Gabriel desencarnou a 24 de setembro de 1971, em Brasília.

Até 31 de outubro de 1982, a Sede Geral era em Porto Velho, sendo transferida para a Brasília pela Administração Geral.

São criados órgãos deliberativos e outras instâncias capazes de garantir uma expansão ordenada do Centro em conformidade com o fiel cumprimento das leis e da doutrina do Mestre da União, José Gabriel da Costa.

Floresta e cidade

A União do Vegetal surgiu na floresta, mas sua doutrina é universal, sendo igualmente assimilada pelas comunidades da Amazônia e pelas coletividades urbanas, para onde se expandiu.

Trinta anos após sua fundação, a UDV está presente em mais de 40 cidades de quase todos os estados do país, com aproximadamente 7 mil filiados de diversos níveis sociais, representativos da sociedade brasileira.

O Mestre da União deixou previsto nos estatutos do Centro que onde se criasse dois ou mais núcleos poderia ser indicado um Mestre Central para zelar pela disciplina e fiel transmissão da sua doutrina, formando uma região administrativa na UDV.

Seguindo um processo natural de expansão, a União tem hoje seus núcleos distribuídos em 15 regiões, supervisionadas pelo Mestre Geral Representante, em Brasília.

Doutrina cristã

A UDV fundamenta seus ensinamentos no princípio evolucionista da reencarnação, preceito milenar adotado pelo espiritualismo do Oriente, bem como pelos primeiros cristãos, até o século V da nossa Era.

Através de sucessivas encarnações, o espírito evolui, desenvolve gradual fidelidade à prática do Bem, até atingir a Purificação - santidade, para as tradições ocidentais.

Os princípios cristãos são transmitidos por tradição oral, que dizem: “O discípulo deve amar ao próximo como a si mesmo para ser merecedor do símbolo da União: Luz, Paz e Amor”.

A UDV afirma que Jesus Cristo, o Filho de Deus, é parte da totalidade divina e sua palavra revela o caminho verdadeiro da salvação para a humanidade.

Concentração mental

A UDV transmite sua doutrina exclusivamente em seus rituais religiosos. Distribuído pelo Mestre, o chá Hoasca, denominado Vegetal, tem o objetivo de proporcionar aos discípulos um estado equilibrado de concentração mental.

Durante as sessões são feitas “chamadas” - cânticos que transmitem ensinos, equilíbrio e harmonia. É facultado a todos o direito da palavra. Mestres e Conselheiros transmitem orientações úteis na transformação individual de todos.

Caminho da retidão

A UDV orienta seus discípulos a constituir suas vidas de acordo com princípios morais definidos, buscando a evolução espiritual de maneira equilibrada.

As Leis do Centro ensinam que a constituição da família é uma sublime missão e condenam o uso de drogas, legais ou proscritas, e toda forma de vícios, incompatíveis com estados equilibrados de conduta pessoal.

No entanto, uma atitude fraterna e isenta de preconceitos tem permitido à Direção do Centro recuperar grande número de pessoas, hoje seguidores e até dirigentes da UDV.

CIDADÃOS PELA PAZ

Discretos, mas não secretos

A União do Vegetal não faz propaganda em busca de adeptos, mas desde a sua origem tem procurado atender ao interesse da opinião pública de maneira criteriosa.

O interessado procura a União por indicação de sócios. Atendido após uma entrevista sobre seus propósitos e observação de seu estado pessoal, a ele é dado um confortável período de exame antes de associar-se ou não ao Centro.

Apesar do caráter discreto de suas atividades, a UDV participa de importantes causas coletivas, como saúde e meio-ambiente.

A UDV sempre expôs com transparência os princípios que regem sua doutrina e os objetivos de sua ação, acolhendo solicitações da imprensa quando por ela procurada.

Estas reportagens não representam necessariamente, no todo ou em parte, o pensamento unificado do Centro. Exemplificam, apenas, como têm sido percebidos a nossa conduta social e o desenvolvimento das nossas atividades ao longo do tempo.

A União do Vegetal distribui o chá Hoasca somente em ritual religioso, consciente do seu sentido sagrado e da necessidade de lidar de modo responsável com os seus efeitos no processo de desenvolvimento da criatura humana.

A UDV não o comercializa de nenhuma forma, nem o associa a substâncias proscritas ou ainda o distribui a pessoas que não apresentem um adequado quadro emocional.

As atividades do Centro, sobretudo os procedimentos relacionados à distribuição do Vegetal, são do inteiro conhecimento das autoridades públicas, a quem a UDV faz questão de abrir suas portas e contribuir da melhor maneira possível para que o uso da Hoasca se mantenha restrito aos rituais das sociedades religiosas que o adotam.

O trabalho beneficente do Centro recebeu reconhecimento público com a publicação no

Nº 123 do Diário Oficial da União, de 22 de julho de 1999, do Decreto em que o Presidente da República declara de utilidade pública federal diversas instituições, entre eles o Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, com sede na cidade de Brasília, Distrito Federal.

Mudar a si em paz com o mundo

Para a União, o aprimoramento intelectual e profissional é um aspecto relevante num processo de crescimento pessoal. Os filiados ao Centro são estimulados a colaborar, sempre que possível, com iniciativas de interesse do bem comum.

Mesmo observando para si um padrão moral discreto e coerente, o discípulo é orientado pelas Leis do Centro a manter uma atitude tolerante com outros grupos sociais que adotam conduta diferente do que preceitua a doutrina da União.

Sabe o Bem quem o recebe

Ao adotar este princípio ensinado pelo Mestre da União, os discípulos fazem da repercussão dos seus atos e palavras no meio que os cerca a medida primordial de seu desenvolvimento espiritual.

No cotidiano de uma irmandade de qualquer núcleo da UDV, o convívio é a grande escola. A própria constituição social diversificada do Centro permite compartilhar experiências e responsabilidades comuns em uma verdadeira fraternidade.

Mutirões de trabalho, preparos do Vegetal, atividades recreativas e educacionais são uma constante no cotidiano da União, quando se reúnem os sócios, seus filhos e familiares para juntos festejarem a vida e zelarem pela prática do bem.

Desde os primeiros momentos, a União do Vegetal se caracterizou pela simplicidade com que Mestre Gabriel viveu o seu exemplo orientador e transmitiu sua doutrina reta.

A luz universal de seus ensinos vem cativando pessoas com formações diferentes, mas que na UDV encontram uma identidade de sentimentos e ideais que os vem unindo.

Todos Juntos

Os sócios do Centro são formados por Mestres, Conselheiros e Discípulos. Os Mestres, responsáveis pelo equilíbrio da União, formam com os Conselheiros a Direção do Centro.

Os discípulos chegam aos graus diretivos através do Corpo Instrutivo, onde recebem os ensinamentos reservados transmitidos originalmente pelo

Mestre Gabriel.

A Direção Geral é responsabilidade do Mestre Geral Representante, que se reporta ao Conselho da Representação Geral e ao Conselho da Administração, de representação mais ampla.

É constituída, na Sede Geral, uma Diretoria Geral com atribuições restritas à administração institucional e coordenação dos diversos departamentos do Centro.

Praticamente todas as indicações de ascensão hierárquica ou para cargos diretivos são feitas mediante processo de votação.

o caso de cargos diretivos, os eleitos são escolhidos para mandato temporário, não remunerado.

A permanência do sócio em qualquer cargo diretivo ou grau hierárquico é preservada pela observância rigorosa, por parte do mesmo, dos princípios e normas recomendados pelas leis do Centro.

Para o fiel cumprimento de suas atribuições administrativas, a Diretoria Geral da UDV mantém ativos os departamentos de Plantio, Memória e Documentação, Médico-científico e Jurídico.

O Departamento de Plantio é responsável pelo cultivo de Mariri e Chacrona; o DMD zela pela preservação dos documentos e registros históricos do Centro; o Demec responde por atribuições como o apoio ao desenvolvimento dos estudos relativos ao chá Hoasca e a articulação entre os profissionais de saúde associados.

O Departamento Jurídico é responsável por todas as gestões regulamentares a respeito do uso autorizado do Vegetal e zela pela preservação legal de símbolos e outros elementos peculiares de identificação do caráter original desta sociedade religiosa.

A UDV apóia e participa ativamente ainda das atividades da Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico, que mantém em cada núcleo do Centro uma monitoria com o objetivo de desenvolver programas ambientais.

A NATUREZA E O SAGRADO

Um novo encanto

A ambição levou a civilização a observar a natureza como subalterna. Mas é por ser superior ao Homem que a natureza o serve.

O Ser Humano destrói a natureza na razão direta em que esquece o verdadeiro sentido de sua humanidade. Redimensionar a relação da humanidade com a natureza está no centro da mudança necessária à permanência da vida na Terra.

Para a Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico, o uso equilibrado da natureza é aquele capaz de respeitar e garantir o acesso das gerações futuras aos bens naturais e meios de uma saudável subsistência.

Seringal Novo Encanto

Como sociedade religiosa, a UDV tem na Amazônia não apenas sua origem espacial, mas a ela está ligada por valores essenciais de espiritualidade. A União do Vegetal dedica uma parcela de seus esforços institucionais à preservação de grandes áreas de floresta tropical nativa.

Localizado no município de Lábrea, Estado do Amazonas, na divisa com o Acre, o Seringal Novo Encanto compreende uma área de 8.025 hectares onde se pretende realizar programas de desenvolvimento sustentável e atividades de manejo florestal.

A perfeição da natureza é a medida imediata do limite humano e a aproximação mais evidente do Homem com a manifestação do Poder Criador.

O Vegetal, comungado no ritual do Centro, é preparado com duas plantas nativas da floresta.

A água, abundante na região, é um elemento natural consagrado na União com um rico significado espiritual.

A saúde, da qual a biodiversidade amazônica é fonte ainda não inteiramente conhecida, é uma expressão de equilíbrio e perfeição divina.

Espécies vegetais nativas da região são consagradas como manifestações mais acentuadas do Poder, presente em harmonia e ciência no plano da natureza material.

Diversas leis da vida natural são aplicadas no trabalho doutrinário do Centro, como símbolos de virtude para o aprimoramento da prática humana.

Reservas para o futuro

Uma carta de intenção firmou acordo entre a UDV e a Novo Encanto para arrecadação de recursos

entre os sócios do Centro visando a aquisição de áreas florestais.

Nas áreas adquiridas, a Novo Encanto irá prestar apoio a atividades de plantio de Mariri e Chacrona, vegetais utilizados no preparo da Hoasca.

Paralelamente, serão desenvolvidos programas de preservação da vegetação nativa, projetos de manejo sustentado e apoio a pesquisas e estudos.

A contribuição voluntária dos sócios do Centro permitiu a aquisição de duas áreas dentro do programa: 100 hectares em Ariquemes, Rondônia, e 120 hectares em Antonina, no Paraná.

As atividades na área estão sob responsabilidade do Departamento de Plantio da Diretoria Geral da União.

Viva para sempre

Retirada da floresta em larga escala pela indústria madeireira, que a utiliza na fabricação de compensados, a Samaúma é uma árvore de importância simbólica e medicinal para os povos da floresta.

Com o objetivo de preservar a espécie, a Novo Encanto está promovendo a campanha Samaúma Viva para Sempre requerendo ao IBAMA sua imunidade ao corte, nos termos previstos em Lei.

Sua copa se estende acima do nível das demais árvores. De beleza incomum, a Samaúma motivou lendas e visões de poderes nas comunidades indígenas.

Para algumas tribos amazônicas, da água retida em seu tronco formou-se o Solimões. Os pajés Ticunas a evocam, pedindo força de comando e de cura.

A seiva da Samaúma é usada contra conjuntivite. A decocção da casca é diurética. Os nativos usam a água retida no tronco com diversos fins terapêuticos.

No oitavo mês de gravidez, por exemplo, as mulheres a ingerem para garantir um parto tranqüilo, com bastante líquido.

Boa árvore, bons frutos

Centenas de sócios do Centro são filiados à Novo Encanto. Em muitos núcleos há ativas monitorias da entidade, com desenvolvimento de programas ambientais, como coleta seletiva de lixo, entre outros.

As monitorias da Novo Encanto estão presentes ainda na vida dos núcleos apoiando os trabalhos de plantio e manejo do Mariri e da Chacrona, utilizados no preparo da Hoasca.

Paisagismo produtivo – Em Florianópolis, Santa Catarina, um curso de paisagismo orientou os sócios para formas de aproveitamento equilibrado do espaço, introduzindo técnicas de permacultura.

Mil mudas – Em parceria com o grupo Ecoando, a monitoria de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, distribuiu 100 mudas de Ipê e 800 de Aroeira, além de sementes de plantas nativas.

Biblioteca Ecológica – Em Fortaleza, Ceará, a Biblioteca Circulante de Textos Ecológicos difunde ensaios e reportagens sobre o tema. Excursões de estudo aos diversos ecossistemas existentes no Estado são uma constante.

Multiplicando consciências – Um curso de “Capacitação de Multiplicadores em Educação Ambiental” foi promovido em Cuiabá, Mato Grosso, com participantes de diversos Estados das regiões Norte e Centro-Oeste.

Ecologia e lazer – Em Goiânia, uma monitoria que conta com mais de cem associados organiza periodicamente encontros onde atividades artísticas e de lazer são usadas como recursos, em um permanente programa de educação ambiental.

Círculo de vídeo – No Rio de Janeiro, foi apresentada uma série de documentários ambientalistas, tratando de biodiversidade, cultura extrativista, cooperativas ecológicas, entre outros temas.

BiodiversidadeEm São Paulo, os associados visitam parques e reservas, e promovem palestras sobre temas ligados a biodiversidade e coleta seletiva de resíduos sólidos.

HOASCA: CIÊNCIA E SAÚDE

Ciência e saúde

O Mestre Gabriel afirma, nos primeiros documentos do Centro, que o Vegetal (chá Hoasca) é "comprovadamente inofensivo à saúde". Consciente das palavras do seu Mestre, a União mantém um canal permanente de relacionamento com a comunidade científica: o Departamento Médico-Científico – Demec. Após anos de estudos e pesquisas, a palavra do Mestre vem sendo confirmada por estudos científicos promovidos por autorizadas instituições acadêmicas brasileiras e internacionais.

Sabedoria e conhecimento

Quando, em 1851, o botânico inglês Richard Spruce encontrou-se com os índios Tucanos nas margens do rio Vaupés, na Amazônia brasileira, o acontecimento foi celebrado em ritual nativo, com a ingestão de um chá de nome caapi, que diziam provocar visões.

Foi o primeiro encontro do conhecimento acadêmico da etnobotânica com a sabedoria de um mundo transcendental cuja origem poucos conhecem. O cipó com o qual era preparado o chá veio a ser denominado Banisteriopsis caapi.

Aquele cipó, que a União conhece como Mariri, é usado em decocção com as folhas de um arbusto também nativo da Amazônia, Psychotria viridis - Chacrona para os seguidores da UDV - resultando no chá conhecido no meio acadêmico como Ayahuasca ou Hoasca - que a União denomina Vegetal, utilizado em suas sessões para efeito de concentração mental.

Foi por reconhecer na Hoasca o benéfico poder de facilitar a transformação da consciência humana, quando orientada por uma doutrina reta, baseada na bondade e na justiça, na paz e no amor, que o Mestre da União, José Gabriel da Costa, iniciou a sua distribuição no âmbito do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal.

Estudos médicos

A partir da década de 1960, surgiram questionamentos das autoridades em relação ao uso do Vegetal em rituais religiosos, culminando em 1985 com a inclusão temporária do Banisteriopsis caapi na lista de substâncias proscritas da Dimed.

Diante disso, profissionais de saúde filiados à UDV se organizaram para reunir informações científicas existentes a respeito da Hoasca. Foi criado em 1986 o Centro de Estudos Médicos, atualmente Departamento Médico-Científico da UDV - Demec.

Composto por comissões, o Demec tem entre suas atribuições, o Demec incentiva e acompanha a realização de pesquisas científicas. É o órgão de interlocução entre o Centro e o meio acadêmico, e agente facilitador das condições institucionais necessárias para que os cientistas realizem pesquisas.

Orientado por princípios éticos compatíveis com a doutrina da União, o Demec é hoje um importante centro de referência no conhecimento científico do chá Hoasca.

Além de disponibilizar informações sobre o tema, colabora com pesquisas a respeito dos efeitos do chá e promove congressos científicos.

Com a ampliação das solicitações atendidas pelo Demec, houve a necessidade de serem criados grupos de trabalho específicos. Formadas por profissionais de saúde da UDV especializados em cada área de atuação, as comissões têm as seguintes atribuições:

1. Comissão Científica: avaliar as propostas de pesquisa apresentadas ao Demec, referentes aos aspectos de natureza bio-psicológica relacionados ao uso da Hoasca no âmbito da UDV.

2. Comissão Clínica: formada por médicos, atua no monitoramento dos aspectos clínicos relacionados ao uso do chá Hoasca.

Comissão de Saúde Mental: formada por profissionais de saúde mental, realiza monitoramento e acompanhamento de casos da área de saúde mental. Emite, ainda, recomendações para situações de associação do chá Hoasca com medicamentos neurológicos, psiquiátricos e outros.

Atribuições

· Reunir e atualizar os conhecimentos dos aspectos científicos relacionados ao chá Hoasca.

· Disponibilizar todos os conhecimentos científicos da Hoasca para todos os sócios da UDV.

· Ser órgão de referência para recomendações médicas quanto aos efeitos das substâncias presentes no chá Hoasca.

· Acompanhar e colaborar com o cumprimento das normas estabelecidas pela Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde nos cuidados de higiene com o preparo, manuseio, transporte e conservação do chá Hoasca

· Recomendar cuidados com a saúde coletiva dos filiados do Centro nos aspectos higiênico-sanitários, particularmente na prevenção e controle das doenças infecto-contagiosas.

· Estabelecer recomendações e acompanhamento na área de saúde mental, bem como em situações de associação com medicamentos neurológicos, psiquiátricos e outros.

· Zelar pelo cumprimento da Carta de Princípios dos Profissionais da Saúde da UDV, bem como ser o órgão responsável por sua atualização.

· Representar a UDV junto a autoridades legais e científicas, enquanto departamento médico-científico da instituição.

· Avaliar e acompanhar propostas de pesquisas apresentadas pelos filiados do centro ou de pesquisadores ligados a outras instituições científicas.

· Ser responsável pela divulgação institucional dos resultados de pesquisas desenvolvidas no âmbito da UDV que estiveram sob responsabilidade e acompanhamento deste Departamento.

Como decorrência dos esforços de realização dos dois primeiros congressos de saúde da UDV, em 1991 (São Paulo-SP) e 1993 (Campinas-SP), centros universitários e instituições de pesquisa do Brasil, Estados Unidos e Finlândia conduziram, com financiamento da "Botanical Dimensions" (ONG dos EUA sem fins lucrativos, que apoia estudos etnobotânicos), dez pesquisas que compõem o Projeto Hoasca.

Com o objetivo de responder a duas perguntas básicas - "O Chá Hoasca utilizado no contexto da UDV é seguro?" e "Como ele age no cérebro?" -, nove centros, entre instituições de pesquisa e universidades brasileiras, norte-americanas e da Finlândia participaram desse projeto, envolvendo um total de mais de 30 pesquisadores.

A fase de campo (coleta de dados) foi realizada em Manaus (AM), em junho de 1993, e abrangeu todos os aspectos da pesquisa: botânicos, fitoquímicos, toxicológicos, farmacocinéticos, neuroendócrinos, clínicos e psiquiátricos. Segundo o Dr. Charles Grob (UCLA), principal investigador do projeto, "foi um estudo intensivo e exaustivo jamais realizado dos aspectos médicos da Hoasca".

Em 1994, começaram a ser publicados na literatura científica os primeiros artigos decorrentes desse trabalho, com os resultados preliminares da pesquisa. Outros ainda estão em fase de publicação.

Foram as seguintes as instituições de pesquisa e centros universitários participantes do Projeto Hoasca com o Centro de Estudos Médicos da UDV:

Escola Paulista de Medicina

(UNIFESP/EPM) - Brasil

Universidade Estadual de Campinas

(UNICAMP) - Brasil

Universidade Estadual do Rio de Janeiro

(UERJ) - Brasil

Universidade Federal do Amazonas

(UFAM) - Brasil

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

(INPA) - Manaus, Brasil

Universidade de Kuopio - Finlândia

Universidade da Califórnia

Los Angeles - Estados Unidos

Universidade de Miami - Estados Unidos

Universidade do Novo México

Estados Unidos

Em conjunto, o Projeto Farmacologia Humana da Hoasca abordou as seguintes aspectos:

Botânico: identificação das espécies vegetais utilizadas no preparo do chá Hoasca.

Fitoquímico: análise dos princípios ativos presentes no chá Hoasca e nas plantas que o compõem.

Neurotoxicidade Aguda: ensaios em animais para avaliar se o chá Hoasca causa danos ao sistema nervoso central.

Farmacocinético: mecanismos de distribuição, armazenamento e metabolização pelo organismo humano das substâncias presentes no chá Hoasca.

Neurorreceptores: investigação de possíveis mecanismos da fisiologia cerebral envolvidos no

uso da Hoasca, através do estudo dos receptores de serotonina em plaquetas.

Neuroendócrino: Verificação do comportamento de alguns hormônios (cortisol, hormônio do crescimento e prolactina) durante o efeito agudo do chá, e sua correlação com mecanismos de ação dos constituintes da Hoasca no cérebro.

Clínicos: avaliação da condição geral de saúde (avaliação clínica basal) e dos efeitos fisiológicos agudos provocados pela ingestão do chá Hoasca.

Psiquiátricos: análise da estrutura de personalidade e investigação da existência de dependência ou outros distúrbios psiquiátricos atuais ou anteriores nos usuários do chá Hoasca. Avaliação neuropsicológica (memória auditiva de curta duração) e da fenomenologia (percepção orgânica, sensorial e mental) vivenciada na experimentação do chá.

As respostas obtidas nas avaliações do Projeto Hoasca ensejaram entre os pesquisadores o desenvolvimento de novas pesquisas. Há interesse em continuar a investigação dos aspectos médicos da Hoasca para elucidar questões levantadas nos resultados e avaliar novos aspectos.

Adolescentes

Para avaliar se o chá Hoasca (Vegetal) causa algum tipo de prejuízo ao desenvolvimento afetivo, moral, psíquico e social de adolescentes que freqüentam a UDV, está sendo conduzida uma pesquisa pelo Dr. Charles Grob, da Universidade da Califórnia, em conjunto com a Universidade Federal de São Paulo/ Escola Paulista de Medicina. Em três cidades brasileiras - Brasília, Campinas e São Paulo -, cerca de 45 adolescentes da UDV estão sendo avaliados com testes neuropsicológicos e entrevistas individuais e dinâmicas de grupo. A fase de campo, bem como os resultados, estão previstos para 2001.

Receptores de Serotonina

O estudo do PhD Jace Callaway, da Universidade de Kuopio - Finlândia, apontou o aumento da população de receptores plaquetários de serotonina, sendo tais resultados inéditos em pessoas mentalmente sadias. Para verificar se o chá Hoasca é o fator causal, Callaway conduzirá novo estudo que analisará como se comportam os receptores de serotonina em usuários de longo prazo que deixam de beber o chá Hoasca por um prazo de 6 semanas, e voltam a bebê-lo habitualmente

Seguimento do Projeto Hoasca de 1993

Os principais pesquisadores do Projeto Hoasca (1993) - Callaway, Grob e McKenna - apresentaram uma proposta de estudo para avaliação dos mesmos 15 indivíduos pesquisados em 1993, e possivelmente novos grupos. Entre os objetivos, pretende-se realizar avaliações de perfil psicológico, neuropsiquiátricas, de neurorreceptores, de indicadores de imunidade e avaliações eletrocardiográficas e eletroencefalográficas.

Recuperação de Dependentes de Álcool de Drogas

Os resultados da avaliação psiquiátrica do Projeto Hoasca apontaram um possível efeito de recuperação de indivíduos anteriormente dependentes do álcool após o início do consumo regular da Hoasca. Para avaliar a possibilidade terapêutica do Vegetal na recuperação de alcoólicos e drogadictos, pesquisadores da Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo e Universidade da Califórnia propuseram um estudo no qual o uso ritualístico da Hoasca por alcoólicos seja avaliado como possibilidade de tratamento. Este estudo ainda está em fase de viabilização institucional dentro da UDV, bem como a avaliação dos aspectos éticos envolvidos.

Efeitos da Hoasca na Gestação

Com o objetivo de investigar os efeitos do chá Hoasca na gestação e no desenvolvimento de crianças nascidas de mães que o utilizaram durante a gravidez, um grupo de profissionais de saúde da UDV ligados ao Demec realizou na cidade de Fortaleza, Ceará, um estudo piloto retrospectivo. Através de entrevistas e aplicação de questionários e testes, procurou-se estabelecer a ocorrência de patologias obstétricas entre aquelas gestantes, além de avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor das crianças nascidas dessas gestações. Os resultados obtidos necessitam de avaliação metodológica crítica e tratamento estatístico adequado para serem publicados.

O documento a seguir foi elaborado pelos profissionais de saúde do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal durante o I Congresso em Saúde da UDV, em 1991.

Os profissionais de saúde sócios do Centro Espirita Beneficente União do Vegetal, considerando as disposições do Código de Ética Médica (Resolução CEM nº 1246/88), o Código de Ética Profissional dos Psicólogos (Resolução CPF nº 002/87), o Código Internacional de Ética Médica e as declarações de Nuremberg, de Genebra, de Helsinque e a Declaração Universal dos Direitos do Homem;

considerando que, estatutariamente, o Centro Espírita Beneficente União do Vegetal tem por objetivos fazer uso do chá chamado Hoasca e, também, o de transformar o ser humano no sentido de desenvolver suas virtudes morais, intelectuais e espirituais;

considerando que o uso do chá Hoasca não está autorizado no país como um tipo de terapêutica, e considerando a oportunidade de esclarecimento público quanto aos princípios éticos que norteiam o Centro de Estudos Médicos e os profissionais em saúde da União do Vegetal, DECLARAM QUE:

1º. Não farão, dentro ou fora do âmbito do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal uso, em caráter profissional, da Hoasca, sem que haja comprovação científica de sua qualidade terapêutica.

2º. No âmbito da União do Vegetal limitarão suas atividades profissionais ao atendimento clínico de sócios, quando necessário, e a observações e estudos científicos quanto ao uso do chá pelos sócios do Centro, quando para tal autorizados pelo Centro de Estudos Médicos da União do Vegetal.

3º. Não se prevalecerão da relação profissional e da condição de sócios do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal para encaminhamento de clientes a esta sociedade, com objetivo de fazer uso terapêutico do chá.

4º. Aceitam o Centro de Estudos Médicos da União do Vegetal como órgão supervisor dos estudos e trabalhos científicos relativos à Hoasca, realizados por sócios do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal.

5º. Todos os estudos e trabalhos supervisionados pelo Centro de Estudos Médicos obedecerão às normas vigentes internas do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal e externas ao mesmo, especialmente as normas do código de Ética Médica e do código de Ética Profissional dos Psicólogos.

6º. Os trabalhos e estudos científicos supervisionados pelo Centro de Estudos Médicos serão norteados pela isenção de preconceitos, pela idoneidade e pelo decoro, abstendo-se os pesquisadores de divulgação de seus resultados, o que só será feito, oportunamente, pelo Centro de Estudos Médicos.

7º. A presente carta de princípios poderá ser reavaliada, havendo a comprovação científica oficial da capacidade terapêutica do chá Hoasca.

São Paulo, 02 de junho de 1991

Os profissionais em saúde do C. E. B. U. D. V. presentes ao 1º Congresso em Saúde da União do Vegetal

A articulação de um departamento congregando os profissionais de saúde da UDV teve como um de seus mais promissores resultados a intensificação de pesquisas científicas no universo acadêmico com a colaboração direta do Centro. A seguir, as principais referências bibliográficas e da internet a respito da Hoasca.

Publicações de resultados do Projeto Hoasca

Human psychopharmacology of hoasca, a plant hallucinogen used in ritual context in Brazil: Grob, C. S., D. J. McKenna, J. C. Callaway, G. S. Brito, E. S. Neves, G. Oberlender, O. L. Saide, E. Labigalini, C. Tacla, C. T. Miranda, R. J. Strassman, K. B. Boone .

Journal of Nervous & Mental Disease. 184:86-94, 1996.

Conteúdo: Resultados dos estudos psiquiátricos e psicológicos do Projeto Hoasca.

Farmacologia Humana da Hoasca - planta alucinogena usada em contexto ritual no Brasil - Português - 1996.RTF

Human Psychopharmacology of Hoasca - a plant Hallucinogen used in ritual context in Brazil - English - feb1996.RTF

Human Psychopharmacology of Hoasca - a plant Hallucinogen used in ritual context in Brazil - English - feb1996.PDF

Pharmacokinetics of Hoasca alkaloids in healthy humans. J.C. Callaway, D.J. Mckenna, C.S. Grob, G.S. Brito, L.P.Raynon, R.E. Poland, E.N. Andrade, D.C. Mash.

Journal of Ethnopharmacology 65 (1999): 243-256.

Conteúdo: Resultados dos aspectos farmacocinéticos e neuroendócrinos do Projeto Hoasca

Pharmacokinetics of Hoasca alkaloids in healthy humans Callaway English - 1999.pdf

Platelet serotonin uptake sites increased in drinkers of ayahuasca. James.C. Callaway, Mauro M. Airaksimen, Dennis .J. Mckenna, Charles.S. Grob, Glacus.S. Brito

Psychopharmacology (1994) 116: 385-387

Conteúdo: Resultados dos estudos de receptores plaquetários do Projeto Hoasca

The Scientific Investigation of Ayahuasca – A Review of Past and Current Research. McKenna, D. J., & Callaway, J.C., Grob, C. S.

The Heffer Review of Psychedelic Research: 1998 (I):65-77.

Conteúdo: Trata-se de um artigo de revisão atualizado, que aborda aspectos antropológicos, botânicos, fitoquímicos, farmacológicos, clínicos e psiquiátricos a respeito do chá Hoasca.

Heffter Review 1998 - The Scientific investigation of Ayahuasca Review of past and Current Research - English - .PDF

The Scientific Investigation of Ayahuasca A Review of Past and Current Research - English - dez98.rtf

Avaliação Comparativa Basal entre usuários do Chá Hoasca de longo prazo e controles. Avaliações fisiológicas dos efeitos agudos pós ingestão do chá Hoasca. E.N. Andrade, E. O. Andrade, D. J. Mckenna, J. W. Cavalcante, L. Okimura, G.S. Brito, E. S. Neves, C. S. Grob, J. C. Callaway et al.

Documento preliminar ainda não publicado. Trabalho apresentado na I Conferência Internacional dos Estudos da Hoasca, Rio de Janeiro, 1995.

Conteúdo: Resultados dos aspectos clínicos do Projeto Hoasca

Triagem fitoquímica e influência da Hoasca sobre o consumo voluntário de etanol em camundongos. J.E. Carvalho, M. Costa, P.C. Dias, M.A. Antônio, F. U. Barbosa, M.A. Foglio, A. R. M. S. Brito.

Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas da UNICAMP, Campinas, São Paulo

Documento preliminar ainda não publicado. Trabalho apresentado na I Conferência Internacional dos Estudos da Hoasca, Rio de Janeiro, 1995.

Conteúdo: Resultados de aspectos toxicológicos do Projeto Hoasca

Efeitos farmacológicos do decocto (Hoasca) de Banisteriopsis caapi e Psycotria viridis em camundongos. J.E. Carvalho, M. Costa, P.C. Dias, M.A. Antônio, A. R. M. S. Brito.

Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas da UNICAMP, Campinas, São Paulo

Documento preliminar ainda não publicado. Trabalho apresentado na I Conferência Internacional dos Estudos da Hoasca, Rio de Janeiro, 1995.

Conteúdo: Resultados de aspectos toxicológicos do Projeto Hoasca

Outras referências científicas:

Uso Ritual da Hoasca: Recomendações e Cuidados. Francisco Assis de Sousa Lima M.D

Newsletter of the Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies - MAPS” - Volume 7 Number 1 Winter 1996-97 - pp. 25-26 (www.maps.org)

The ritual use of Hoasca - Comments and advices Francisco Assis de Sousa Lima - English.rtf

The ritual use of Hoasca - Comments and advices Francisco Assis de Souza Lima - English.PDF

Uso Ritual da Hoasca - Recomendacoes e Cuidados Francisco Assis de Sousa Lima - Português.pdf

Uso Ritual da Hoasca - Recomendacoes e Cuidados Francisco Assis de Sousa Lima - Português.rtf

Sistema de Notificação e Monitoramento Psiquiátrico em Instituição de Usuários do Chá Hoasca – União da Vegetal. F. A. S. Lima, M. B. Naves, J. M. C. Motta; J. C. V. D. Migueli, G. S. Brito e Cols.

Conteúdo: Poster apresentado no XVI Congresso Brasileiro de Psiquiatria. São Paulo, 1998.

XVI Congresso Brasil PQ 1998 - Resumo Poster - Português.PDF

XVI Congresso Brasil PQ 1998 - Resumo Poster - Português.rtf

O uso de Ayahuasca em um contexto Religioso por Ex-Dependentes de Álcool – Um estudo Qualitativo. Tese de Mestrado de Eliseu Labigalini Júnior.

Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM), São Paulo, 1998.

Uso de Ayahuasca por ex-dependentes de alcool na UDV - Tese de Mestrado de Eliseu Labigalini 1998 - Português.rtf

Referências Científicas na Internet

The Heffter Research Institute: www.heffter.org

Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies: www.maps.org

Em junho de 1991, o Demec - ainda denominado Centro de Estudos Médicos da UDV - realizou em São Paulo o 1º Congresso em Saúde, com o objetivo de atualizar os participantes quanto ao conhecimento acadêmico disponível sobre os aspectos que envolvem o chá Hoasca: botânicos, fitoquímicos, antropológicos, clínicos, psiquiátricos e legais.

Participaram cerca de 180 pessoas, entre autoridades jurídicas, filiados do Centro e pesquisadores nacionais e internacionais de grande expressão nessa área de estudo, como Dennis Mckenna (EUA) e Luis Eduardo Luna (Colômbia).

Um dos resultados do 1º Congresso em Saúde da UDV foi a proposta feita ao PhD. Dennis Mckenna para a realização de uma pesquisa abrangente a respeito do uso do chá Hoasca no contexto da União do Vegetal, desafio que foi aceito e resultou no projeto Farmacologia Humana da Hoasca.

Um mês após o 1º Congresso em Saúde da UDV, um de seus participantes - o jurista do Conselho Federal de Entorpecentes Domingos Bernardo de Sá - defendeu publicamente, no Congresso da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o uso ritualístico da Hoasca.

Com o tema "Hoasca e o desenvolvimento integral do ser humano", foi realizado em 1993 em Campinas, São Paulo, o II Congresso em Saúde da UDV, que contou com a participação de 450 pessoas. O programa científico abrangeu a apresentação feita pelos pesquisadores dos resultados preliminares de partes do Projeto Hoasca. Além do conteúdo científico, o congresso teve também em sua programação temas de interesse médico-comunitário, não diretamente relacionados aos aspectos científicos do chá.

Em 1995, foi realizada no Rio de Janeiro a 1a. Conferência Internacional dos Estudos da Hoasca, com o objetivo de apresentar os resultados formais do Projeto Hoasca e promover uma reflexão comum com a comunidade científica, esclarecendo os setores responsáveis pela gestão jurídica do assunto.

Foi expressiva a participação tanto de autoridades jurídicas e acadêmicas mundialmente reconhecidas nas áreas de Etnobotânica de substâncias enteógenas, Neuroquímica e Psiquiatria, quanto de profissionais de saúde filiados do Centro e demais sócios interessados no assunto, num total de 900 participantes.

A 1a. Conferência Internacional dos Estudos da Hoasca ensejou o desenvolvimento de novas pesquisas, sempre tendo como referência o uso da bebida no ritual da União do Vegetal.

Em direção a Deus

O termo "alucinógeno" é a denominação corrente nos estudos de etnobotânica para classificar, por seus efeitos, o chá Hoasca (Vegetal), enquadrando em parâmetros já conhecidos uma manifestação incomum da natureza. No âmbito científico, a palavra significa "substância que produz falsas percepções da realidade" e tem sua origem na classificação farmacológica das substâncias psicoativas (que agem nas emoções e pensamentos).

Para alguns pesquisadores, a classificação do Vegetal como "alucinógeno" é uma imprecisão, pois o mesmo não causa perda do contato com a realidade - como pressupõe o termo - mas sim um grau ampliado de percepção que permite a compreensão daquela realidade com maior clareza ou transcendência.

Além disso, a evidência de que seu uso responsável tem sido de comprovada importância no processo de desenvolvimento pessoal, em todos os sentidos - físico, mental, moral e intelectual - para um grande número de adeptos, contribui para uma nova percepção do chá Hoasca no meio científico.

Nesse sentido, pesquisadores da área de Etnobotânica têm proposto a classificação do Vegetal como "enteógeno", ou seja, substância que "gera uma experiência de contato com o divino", causando uma sensação generalizada de aproximação com o Sagrado e facilitando o autoconhecimento e o aprimoramento do ser humano.

Inofensivo à saúde

A afirmação do Mestre da União, de que a Hoasca "é comprovadamente inofensivo à saúde", vem sendo avaliada pela comunidade científica internacional, numa iniciativa da própria UDV. Os primeiros resultados das pesquisas vão ao encontro das palavras do Mestre.

O Projeto Hoasca, realizado em 1993, avaliou um grupo de 15 usuários que há mais de 10 anos utilizavam regularmente o Vegetal em rituais da UDV nos aspectos de saúde geral e mental. Outros 15 indivíduos - que nunca utilizaram o chá Hoasca - foram estudados com os mesmos métodos para efeito de comparação de resultados (grupo controle).

O Projeto Hoasca indicou a existência de segurança no uso ritual que é feito do chá Hoasca na UDV. Seus resultados ensejaram o desenvolvimento de novas pesquisas, atualmente em andamento.

A avaliação da condição geral de saúde (avaliação clínica basal) não encontrou nenhum dano em qualquer sistema do organismo: respiratório, cardiovascular, renal-metabólico, neurológico e gastrointestinal entre os usuários do chá Hoasca.

A avaliação dos aspectos de saúde mental foi abrangente. O inquérito de diagnósticos psiquiátricos CIDI avaliou a existência atual e anterior de todos os tipos de transtornos psiquiátricos, inclusive dependência de substâncias. Os resultados obtidos demonstraram a inexistência de distúrbios psiquiátricos atuais entre os usuários do Vegetal, inclusive os que caracterizam "vício" (abstinência, tolerância, comportamento de abuso e perda social). A avaliação neuropsicológica demonstrou que os membros da UDV tinham maior poder de concentração e melhor resposta de memória auditiva imediata que os indivíduos do grupo controle.

A análise da personalidade dos indivíduos da UDV evidenciou que estes tendiam a ser pessoas mais seguras, calmas, dispostas, alegres, emocionalmente maduras, ordeiras, persistentes e confiantes em si mesmas em relação aos indivíduos do grupo controle.

A pesquisa indicou que os usuários regulares do chá Hoasca apresentam um melhor nível de humor. Esse resultado, correlacionado com os achados do estudo de receptores plaquetários de serotonina aponta um possível efeito anti-depressivo do chá.

Hoasca e as leis

Em 1985, quando a Divisão de Medicamentos do Ministério da Saúde - Dimed incluiu em caráter proibitivo o Banisteriopsis caapi na lista das substâncias entorpecentes, a União do Vegetal, em respeito à lei, suspendeu imediatamente a distribuição do Vegetal (chá Hoasca) em todo o país, por dois meses.

Naquele momento, a Direção do Centro solicitou ao Conselho Federal de Entorpecentes (Confen), responsável legal na área da política de entorpecentes no país, para que examinasse o uso ritual do vegetal feito pelos membros da instituição.

Em 1986, o Confen organizou um comitê interdisciplinar de pesquisa composto por juristas, psiquiatras, psicólogos, sociólogos e antropólogos, que visitaram as seitas usuárias do chá Hoasca - incluindo a UDV - e analisaram o contexto ritualístico de seu uso.

Presidida pelo Dr. Domingos Bernardo de Sá Sobrinho, advogado e conselheiro do Confen, aquela comissão também visitou a UDV. Como resultado do exame, o Confen publicou a Resolução 06/86 (DOU 05.02.86), "que suspende provisoriamente a inclusão do mariri na citada portaria".

Resultaram destas gestões da UDV junto ao Confen a Deliberação 24.08.92, que determina: "O chá e as espécies vegetais devem permanecer excluídos da lista da Dimed, e o reexame da matéria só ocorrerá com base em fatos novos". Estas duas deliberações do Confen são hoje a base legal para a utilização ritualística do Vegetal.

Com a absorção do Confen pela Secretaria Nacional Antidrogas - Senad e pelo Conselho Nacional Antidrogras - Conad, a UDV continua seguindo o mesmo princípio que mantém desde a origem, de se colocar à disposição das autoridades para os esclarecimentos necessários.

Assim, vem se mostrando presente desde a criação da secretaria, tendo tido participação ativa no I Fórum Nacional Antidrogas, no final de 1998, primeira ação pública da Senad.

Com isso, firmou reputação de confiança perante as autoridades daquele órgão, o que lhe permitiu participar, no final de dezembro de 1998, de reunião do Conad, órgão da secretaria que tem vinculação direta com a Presidência da República.

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